O que
plantamos é regado com nosso suor. Nossas atitudes apagam nossas palavras. Mas
nossas palavras fazem ecos. O mundo que moramos é a nossa casa, uma moradia que
abriga uma grande “família”, que compartilha os mesmos sentimentos. Mas não a
forma de lidar com eles. Nossos pensamentos, então respondem sempre a
necessidade de sobrevivência a qual somos arremessados, direta e indiretamente
por coincidências, mas são consequências de um comportamento humano global. Que
a pesar de não possuírem línguas, tradições e culturas semelhantes, possuem
atitudes e senso de sobrevivência comum. Pois, todos nós somos ligados a todos
e todos são ligados a nós. Talvez seja por isto que uma anomalia quando aparece
em uma sociedade, logo e rapidamente se propaga, contaminando todo o planeta.
Algumas anomalias se tornam predadoras vorazes, sem possuírem um controle capaz
de contê-las, e acabam sendo absorvida pela cultura, que começa a conviver, sem
perceber que esta cresce e se diversifica, gerando consequências cada vez mais
nocivas ao ciclo natural e amplo da vida. Um ciclo interligado a outros ciclos
existentes. Pois, a vida é interdependente. É a natureza inalterável dela.
A anomalia
dessa forma não é inimiga do homem, mas da sobrevivência humana e de tudo que
se inter-relaciona a ela. Sendo assim, a anomalia se torna um elemento
incentivador de mudanças e transformador dentro do sistema complexo que faz
evoluir o planeta, ocorrendo resistência, já que acelera o processo evolutivo e
o rompimento da rede que nos permite continuar a existir. Diante disso, a anomalia sofre a contestação
desse sistema em vários aspectos e situações. A ponto de a anomalia predadora,
ser caçada por um predador mais voraz que ela, só que a serviço da restauração
da Ordem. Essa caça geralmente rega o solo com sangue, fazendo germinar a
semente da intolerância e certas atitudes, situações e acontecimentos, que se
renovam e radicalizam-se sempre a cada nova colheita. Rompendo fios, para
religá-los dentro das perspectivas anteriores ao aparecimento da anomalia. Mas
isto é impossível. Pois, a teia uma vez corrompida e contaminada, estará se
desligando do que não evoluiu com ela. Como também não ameniza consequências,
apenas cria adaptações a uma nova realidade.
No entanto, a
anomalia nunca desaparece, mas sobrevive como uma essência enfraquecida, mais
persiste em caminhar como uma sombra. Sempre nociva a perseguir a existência,
mesmo conhecendo seu predador. Pois, ela não o teme. Pois sabe, que seu
predador tem um limite. A consciência, as crendices e as leis. Coisas que a
anomalia não respeita e não considera como limite. Já que sua única regra é
fundada no rompimento do ciclo vital. Muitos dizem que o ser corrompido serve
como ferramenta de um processo de ensino aprendizagem que transcende o que é
palpável e explicado, no caminho evolutivo do ser, (tal idéia não esta
equivocada, o problema é compreendê-la de forma útil e abrangente).
Porém, desse
ciclo da morte, forjado pelo ódio, terror, pelo sangue de inocentes e pelo
descaso da justiça e as “humanas” punições. Ascende como fogo negro, um novo
predador. Um predador que não considera as leis e os processos legais, que não
teme as crendices, tão pouco a morte. Pois, para ele, tudo isto é o auto sacrifício,
em prol de sua existência, que se reverte na continuidade evolutiva da espécie
humana e na preservação ambiental do planeta.
Uma
continuidade que não definiu o mundo que busca. Já que existem vários pequenos
universos dentro desse mundo. Que ditam regras diversas. Que se reverte no
questionamento sobre que mundo se busca. Neste contexto, se busca um mundo
ditado pelas religiões? Um mundo ditado pelas políticas sociais e econômicas?
Ou um mundo ditado pelas filosofias?
Dentro de um
sentido amplo, o mundo que é buscado é a mescla de todos estes citados, somados
as experiências que se vive, no qual é gerado por ideais e objetivos movidos
por sonhos e desejos íntimos que pouco importa para com quem se convive. Pois,
todos carregam uma filosofia própria, apesar de todas as vidas estarem ligadas
a uma rede interdependente, onde o rompimento dessa ligação em um ponto
qualquer dela é sentido em toda a rede, independente de ser proposital ou não.
Neste contexto
a de notar que somos responsáveis pelo destino de todos e todos são
responsáveis pelos nossos destinos. De forma simples é notório que não somos os
donos de nosso destino, pois dependemos da harmônica ordem natural da vida. O
que nos parece destino, então é uma mera convicção que de um jeito ou outro irá
sempre nos levar a um mesmo fim, o qual foi denominado como morte, ou início de
uma nova vida! (continua...)
Texto extraído da obra "Librorum Prohibitorum" (ainda em processo de construção).
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