quinta-feira, 24 de outubro de 2013

GUARDIÕES DA ORDEM (parte 1)



O que plantamos é regado com nosso suor. Nossas atitudes apagam nossas palavras. Mas nossas palavras fazem ecos. O mundo que moramos é a nossa casa, uma moradia que abriga uma grande “família”, que compartilha os mesmos sentimentos. Mas não a forma de lidar com eles. Nossos pensamentos, então respondem sempre a necessidade de sobrevivência a qual somos arremessados, direta e indiretamente por coincidências, mas são consequências de um comportamento humano global. Que a pesar de não possuírem línguas, tradições e culturas semelhantes, possuem atitudes e senso de sobrevivência comum. Pois, todos nós somos ligados a todos e todos são ligados a nós. Talvez seja por isto que uma anomalia quando aparece em uma sociedade, logo e rapidamente se propaga, contaminando todo o planeta. Algumas anomalias se tornam predadoras vorazes, sem possuírem um controle capaz de contê-las, e acabam sendo absorvida pela cultura, que começa a conviver, sem perceber que esta cresce e se diversifica, gerando consequências cada vez mais nocivas ao ciclo natural e amplo da vida. Um ciclo interligado a outros ciclos existentes. Pois, a vida é interdependente. É a natureza inalterável dela.
A anomalia dessa forma não é inimiga do homem, mas da sobrevivência humana e de tudo que se inter-relaciona a ela. Sendo assim, a anomalia se torna um elemento incentivador de mudanças e transformador dentro do sistema complexo que faz evoluir o planeta, ocorrendo resistência, já que acelera o processo evolutivo e o rompimento da rede que nos permite continuar a existir.  Diante disso, a anomalia sofre a contestação desse sistema em vários aspectos e situações. A ponto de a anomalia predadora, ser caçada por um predador mais voraz que ela, só que a serviço da restauração da Ordem. Essa caça geralmente rega o solo com sangue, fazendo germinar a semente da intolerância e certas atitudes, situações e acontecimentos, que se renovam e radicalizam-se sempre a cada nova colheita. Rompendo fios, para religá-los dentro das perspectivas anteriores ao aparecimento da anomalia. Mas isto é impossível. Pois, a teia uma vez corrompida e contaminada, estará se desligando do que não evoluiu com ela. Como também não ameniza consequências, apenas cria adaptações a uma nova realidade.  
No entanto, a anomalia nunca desaparece, mas sobrevive como uma essência enfraquecida, mais persiste em caminhar como uma sombra. Sempre nociva a perseguir a existência, mesmo conhecendo seu predador. Pois, ela não o teme. Pois sabe, que seu predador tem um limite. A consciência, as crendices e as leis. Coisas que a anomalia não respeita e não considera como limite. Já que sua única regra é fundada no rompimento do ciclo vital. Muitos dizem que o ser corrompido serve como ferramenta de um processo de ensino aprendizagem que transcende o que é palpável e explicado, no caminho evolutivo do ser, (tal idéia não esta equivocada, o problema é compreendê-la de forma útil e abrangente).   
Porém, desse ciclo da morte, forjado pelo ódio, terror, pelo sangue de inocentes e pelo descaso da justiça e as “humanas” punições. Ascende como fogo negro, um novo predador. Um predador que não considera as leis e os processos legais, que não teme as crendices, tão pouco a morte. Pois, para ele, tudo isto é o auto sacrifício, em prol de sua existência, que se reverte na continuidade evolutiva da espécie humana e na preservação ambiental do planeta.
Uma continuidade que não definiu o mundo que busca. Já que existem vários pequenos universos dentro desse mundo. Que ditam regras diversas. Que se reverte no questionamento sobre que mundo se busca. Neste contexto, se busca um mundo ditado pelas religiões? Um mundo ditado pelas políticas sociais e econômicas? Ou um mundo ditado pelas filosofias?
Dentro de um sentido amplo, o mundo que é buscado é a mescla de todos estes citados, somados as experiências que se vive, no qual é gerado por ideais e objetivos movidos por sonhos e desejos íntimos que pouco importa para com quem se convive. Pois, todos carregam uma filosofia própria, apesar de todas as vidas estarem ligadas a uma rede interdependente, onde o rompimento dessa ligação em um ponto qualquer dela é sentido em toda a rede, independente de ser proposital ou não.

Neste contexto a de notar que somos responsáveis pelo destino de todos e todos são responsáveis pelos nossos destinos. De forma simples é notório que não somos os donos de nosso destino, pois dependemos da harmônica ordem natural da vida. O que nos parece destino, então é uma mera convicção que de um jeito ou outro irá sempre nos levar a um mesmo fim, o qual foi denominado como morte, ou início de uma nova vida! (continua...)
Texto extraído da obra "Librorum Prohibitorum" (ainda em processo de construção).

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