Existem
no Planeta Terra, pessoas que nasceram para pensar, outras para fazer as coisas
acontecerem, e por fim, o grupo maior, que são as que nascem simplesmente para
sobreviverem e serem manipuladas. Este grupo maior, devido a sua condição
supostamente condicionada inferior, frente
aos interesses de grupos dominantes, sempre alimentaram o sonho do surgimento
de um herói libertador e realizador de todos os desejos do povo que lhe apóia.
Eles apareceram, e do mesmo jeito desapareceram. Sem conseguir este cenário
mudar.
No
âmbito da história da humanidade, muitas foram as páginas reservadas a supostos
personagens contextualizados como “heróis”, que promoveram mudanças sociais na
realidade existencial do seu respectivo tempo, como também existem fatos,
relacionadas e consequentes das ações
humanas que transformaram a sociedade. No entanto, nem tudo foi êxito e gloria
no caminho desses supostos “heróis” e revoluções. Pois, estes sempre afrontaram
forças superiores ou serviram de interesse a eles de forma indireta. E sempre
foram descartados por estas forças superiores, quando as ações heroínas
deixavam de interessar no contexto de seus planos obscuros. No entanto, o que
ficou gravado, foi o ato que causou a reflexão na sociedade e nas lideranças
por onde homens com ideias e com atitude passaram, mesmos servindo a um interesse
ou se desvinculando a ele.
A
partir disto, é notório que os grandes heróis revolucionários sempre afrontaram
a ordem e o sistema que faziam parte. No entanto, poucos colheram o fruto de
sua luta. Pois, isto foi condicionado, porque sempre foram traídos por seus
pares, por interesses ou se fundamentaram num ilusório apoio da população. Como
também caíram em desgraça por seus vícios; foram vencidos por subestimarem seu
inimigo; viveram um momento, mas não cuidaram do básico para sobreviverem; não
planejaram seus passos futuros, tão pouco não evoluíram. Chegaram ao objetivo,
e pararam.
Um
dos problemas da sociedade, é que ela se apóia em interesses. E quem apresenta
um interesse que não fira seus vícios, seus sistema obscuro e que apaguem os
focos de prováveis combustões e de situações comburentes. É sempre bem
recepcionado. Desde que não promova uma revolução real, ou de caminhos para uma
futura mudança que atinja quem realmente possui o poder. Não os fantoches e os
laranjas.
Mas
o grande problema da Teia, é a natureza comprometida do livre arbítrio humano.
Pois, nada a satisfaz. Tudo é questionável no sentido de proteger a fonte de
seus interesses.
Então,
quem realmente é um herói?
Todo
herói possui um interesse a proteger. Estas palavras possuem um interesse a
proteger. Mas qual é o interesse que devemos proteger? Qual é a gênese desse
interesse a ser questionado antes de ser seguido e protegido?
Heróis
são inocentes seres humanos, que confiam nos homens para buscar o que ele acha
melhor para todos. Busca o bem comum. Sem perceber que muitas vezes seus
ideais, são uma nova arma para manter tudo como esta. Mas o cenário parece tão
real, que o povo se satisfaz momentaneamente. Até o dia, que os velhos sintomas
voltam, e tudo retorna ao seu status quo ante.
Mas
as vezes, o que é herói em um momento vira vilão, pois, seu complexo ideal, se
torna nocivo a interesses diversos. Já que podem provocar processo de mudanças
irreparáveis. Jesus Cristo até onde se sabe foi um exemplo. Pois, ao querer
promover uma revolução espiritual, começou a ver o fruto dessas mudanças
aparecerem no contexto social e político. E isto, não era interessante para os
que dominavam os interesses na época. Jesus nunca pregou a morte, a guerra ou a
revolução contra o governo da época. Ele apenas, se comportou dentro de um
contexto, que surpreendia. Não reagia com ódio, mas com amor. E isto chamava
atenção. E isto começava a ser imitado. E por causa de sua benignidade, foi
condenado pelo povo que pretendia salvar.
E
Joana D’Arc, que foi usada como um símbolo de motivação do ignorante exército
francês, até o momento em que conseguiu reverter a guerra para a França e ferir
os interesses de quem lucraria com a guerra. Pois, em 116 anos de Guerra, uma
oligarquia bélica crio-se, onde era formada tanto por ingleses quanto por
franceses, os quais compartilhavam o mesmo interesse, e aquele conflito era a
fonte a ser explora e foi muito bem. Até o dia que uma camponesa que escutava
vozes (tinha inspirações não muito diferente do que eu estou fazendo agora.
Porém, tão absurdas, quanto estas palavras), começou a ser seguida em seus
exemplos. E isto, colocava em risco a fonte de riqueza de muitos. Pois, a
guerra acabando, quem lucraria? Antes
de fazer parte da Guerra dos Cem Anos, foi submetida ao Tribunal do Santo Ofício,
é foi absolvida do suposto crime de bruxaria. Depois, de garantir o caminho
para o termino da guerra e a vitória da França,
foi julgada novamente por um Tribunal formado por novos membros, em
território francês ainda sob domínio
inglês, (mas que preferia assim), que a condenaram simplesmente por não usar
roupas femininas. Ou seja, eliminaram o símbolo que poderia fazer uma real
revolução.
Por
onde os “heróis” passaram, deixaram inimigos poderosos, porque afrontaram
interesses que sustentavam a ganância por poder e riquezas de muitas pessoas. E
isto, é uma afronta mais grave, que a própria ação contra a vida de um ser
obscuro.
A
lista de heróis é gigante. No entanto, o objetivo destes exemplos, é
demonstrar, que o Guardião nunca vai estar seguro entre a população. Como que
ele nunca deve subestimar o inimigo, pois, este aprende com o que enfrenta, com
os erros e também tem criatividade. Que nunca deve agir sem planejamento, já
que o inimigo as vezes se torna a fome e a doença (a Inglaterra ganhou a Guerra
das Malvinas cercando a ilha, e não deixando entrar comida nela, forçando a
opinião publica a fazer pressão sobre o governo argentino, para se render e
salvar seus soldados). O Guardião, nunca deve confiar no inimigo arrependido. E
principalmente, agir até o limite de suas forças, além disso, é
irresponsabilidade. Rara a exceção.
Pois,
como vimos o “herói” histórico é um justiceiro, que luta por objetivos
diferentes, mas sempre afrontando a ordem. Ou seja, uns afrontam o governo,
outros o sistema, outros o interesse de uma comunidade, outros a vida da
anomalia, outros a dominação, outro as ideologias cientificas, religiosas...
A
decapitação promovida pelos revolucionários franceses, que não poupou nem o
rei, era uma atitude de justiceiros, só que ocultado por uma nova ordem. Os
Cavaleiros de Cristo (Cavaleiros Templários), matavam islâmicos em nome de
Deus, eram o exército da Igreja Católica, justiceiros ocultados por uma missão
fundamentada na fé.
De
forma marcante, sempre o Câncer criou um predador para acabar ou controlar os
que o tenta destruir. Seja ela qual for, e em que cenário for, e sob o pretexto
que for. Porém, as vezes, o que o Câncer cria, ou o que é aproveitado por ele,
se rebela.
Porém
a Teia privilegia aos novos predadores de anomalia, porque lhe dá o relatório
do passado para observado, analisado, relacionado com a realidade. Tudo para
que não se repita as mesmas situações (só que em cenários e temas diferentes),
com os mesmos erros e com o mesmo fim. (A Alemanha perdeu a Guerra contra a
Rússia, porque cometeu o mesmo erro da França comandada por Napoleão, ou seja,
foram consumidos pelo inverno Russo). No Brasil, os Rebeldes do Contestado
foram cercados da mesma forma que os Revolucionários Farroupilhas.
Diante
disto, a história do inimigo deve ser analisada, como também a história de suas
ações e contra reações. Prevendo seus movimentos erros. E agindo sempre com
criatividade e sem uma rotina de ações previsíveis, o Guardião poderá ter sucesso
a longo prazo.
No
entanto, lembre-se. A “casa cai” por descuidos não percebidos e ocultados pela
idéia de que estamos no controle. Nossa vida é como dirigir um carro, vacilou,
espirrou, não olhou, perdeu atenção por menos de um segundo, o acidente acontece.
Quanto
as revoluções. Geralmente são assim chamadas, porque alteram a ordem natural do
que se esta acostumado a contemplar, ou seja, radicalizam as mudanças. Todos
nos fazemos revolução. Porém, nem sempre é o nosso objetivo. O que acontece, é
que quando buscamos o melhor para nós, se torna melhor para o outro e é copiado
e repassado, sem precisarmos pedir para que façam isto. Mas quando tentamos
impor o que achamos que é melhor para os outros, nos transformamos em fantoche de um grupo, que esperava por idéias novas
para satisfazer o povo, sem perder o controle e a exploração de interesses
sobre ele.
O
exercício da Ordem não tem o objetivo de revolucionar. Porém, é uma
consequência inevitável dele. Já que vai causar uma transformação supostamente
para melhor na sociedade. Eis que a diminuição de anomalia e o temor de sofrer
a ação da Guarda, será notório. No entanto, toda ação, causa uma reação. A
História nos mostra isto e a Física teoriza isto. Mas só Cronus nos mostra se
agimos certo ou errado.
Eu
prefiro entender que os objetivos da Guarda, como atos de guerra contra o
inimigo chamado crime. E você?
A
Ordem, não precisa de heróis, precisa de exemplos práticos e simples de combate
e reabilitação da anomalia. Pois, a água só para de vazar se fechar o registro.
O ato de conter o que já vazou, apenas é retardada até que o balde encha.
O
Guardião não pode ser herói. Pois, não existe mérito em tentar resolver, o que
todos deveriam ter por objetivo e ação. Diminuir o Câncer, não é mérito é
dever.
Os seres humanos não precisam de um outro
herói. Pois, estão fora das ruínas, no lado de fora dos escombros. Não podem cometerem o
mesmo erro toda vez. Apesar de agirem e serem as crianças,... a última geração.
Os seres humanos são
aqueles que se abandonaram. E eu me pergunto, quando nós vamos mudar, vivendo
sob o medo, até que nada mais reste...
Nós não precisamos de um
outro herói, nós não precisamos saber o caminho para casa. Tudo o que queremos
é vida além. Mas a procura por algo em que possamos confiar, recai no sonho e
esperança de haver alguma coisa melhor lá fora dessa realidade, que transcende
o amor e compaixão. Mas os fins dos dias dos seres da quinta raça está
chegando. Já que, tudo mais são castelos construídos no ar...
Então, o que fazemos com
nossas vidas? Nós deixamos somente uma marca. Nossa estória ou história brilhará
como uma luz ou terminará no escuro? Entregue tudo ou nada.
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