sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ARGUMENTUM AD LAZARUM


O ser humano além de indiretamente expressar a hipocrisia que se oculta em sua alma, se prende a falácias que sustentam seus interesses. Contemporaneamente a maioria dos homens se condicionaram a promover seus interesses filosóficos, políticos, doutrinários e místicos através da exploração da miséria humana. Porém, isto não é um fato dos nossos tempos. Mas é um legado de tempos remotos.
A exploração da miséria é a atitude mais cancerígena que o ser humano carrega. E o pior é que a carrega sem saber. Pois, independente de conhecer os fatos, sempre o povo pobre tem a razão.
Sem perceber o homem esta alimentando uma situação que serve de ferramenta e arma para derrubarem governos, pessoas, doutrinas, filosofias e etc. Ou seja, no contexto da ideia expressada e muito bem trabalhada que o povo pobre sofre, que esta sendo desprezado pela sociedade, governo, e etc, se escondem interesses que sustentam ideais, o poder de específicos grupos e de pessoas diversas da sociedade mundial. A exploração do povo miserável é a arma mais poderosa que existe no que tange por em prática um objetivo.
Mas a exploração da miséria deixa consequências, pois, transforma pessoas em meros escravos. Os quais, tudo dependem. Ou seja, são uma massa passiva, dependente, manipulável e saciável com o mínimo previsto e permitido.
Deveria ser uma teoria da conspiração tal observação. Porém, no atual momento histórico o ser humano é extremamente capaz de acabar com a miséria, sem precisar manter o povo com “programas esmolas”. Mas porque não acaba com este câncer? Porque simplesmente não é interessante! Ou seja, se acabar com a miséria, se diminui a ignorância. Diminuindo a ignorância, se diminui as facilidades de manipulação. Tornando mais complexas a manipulação, fica mais difícil propagar teorias, filosofias, doutrinas que vendam ao povo uma ideia de mundos, governos e sistemas sociais utópicos, onde todos são iguais, sem violência, sem governos,...
O explorador da miséria capta os anseios dos miseráveis e os transforma em fundamento para seus argumentos. Ou seja, diz ao povo o que ele que ouvir, mas possibilita ao povo apenas o que lhes acalme, mas que não resolva sua condição.
A pobreza é um câncer, onde o culpado é o próprio ser que a vive por não buscar em sua liberdade, ações e raciocínio sair dela. Pois, permite que outros pensem por ele. E aceita e tira vantagem de ser um eterno “coitado”. Mas, esta culpa é dividida com a hipócrita sociedade que percebe isto, mas não se dispõe a mudar isto de forma real e permanente.
Combater a pobreza não é dar ou permitir o acesso. Mas é ensinar as pessoas a conquistar por si só seus objetivos, e ter responsabilidade em usar o que conquistou. Ou seja, “condicionar” a pessoa a se comportar dentro dos parâmetros que o mundo se encontra.
É contraditória a ideia de condicionar com a perspectiva do raciocínio que o livro apresenta, mas sofrer por fome, ser massa de sustentação de poder e demagogia política filosófica e doutrinária, morar em local irregular com incentivo de pessoas com consciência, também não é um estilo de vida aceitável intimamente quando se alcança uma consciência racional mínima. Diante deste exposto se depara com um problema. Que tipo de condicionamento social será propagado?
Existe um ditado popular que cita: “que a pobreza não é um estilo de vida, mas sim um castigo!”. Observando estas palavras que se propagam de forma pejorativa e ganha contestação hipócrita dos pseudos defensores dos miseráveis, verifico que existe lógica. Pois, a ideia de castigo é equivalente a maldição. Ou seja, uma maldição que atinge o ser que é perfeito e não aproveita seus dons. E da sociedade que nada faz de forma efetiva e conclusiva para mudar esta situação. Mas que sofre as consequências de sua hipocrisia.
O pobre é a maior mina de dinheiro e poder para seu explorador. Mude a vida e a realidade do pobre de espírito e de bens materiais, que metade dos problemas do mundo como violência, doença e ignorância desaparecem.
Porém, se o homem não muda por bem, os efeitos de suas ações a promovem pelo mal. Ou seja, foram os constantes estados de guerras, epidemias e outras tragédias que fizeram parte da história da Europa, que despertaram da pior maneira a consciência cívica e de sobrevivência independente no povo europeu. Já na África, quando o povo começou a se despertar para evoluir, os países e organizações alienígenas começaram a “ajudar” com esmolas e cultura, ou seja, minaram o processo de desenvolvimento da independente sobrevivência e cidadania dos povos africanos.
Esta é uma realidade que poucos observam, pois o questionamento da maneira que se lida com a pobreza no contexto de “extingui-la”, nunca tem o norte de ser bem recepcionada. Pois, questiona interesses indiretamente por efeitos.
A pobreza causa medo, principalmente em quem tem algo material a perder e por consequência um status social. Pois, se torna vergonhoso já que esta condição expressa a incompetência de se manter a qualidade de vida e os prazeres que advêm dos bens matérias. Já no lado contrário, o pobre sonha com o material que traz o prazer e realiza sonhos. Porém, desconhece que terá que comprometer sua paz para atingir o que deseja. Até poderá ter paz, porém esta será uma “pax”. Ou seja, o termo “pax” que utilizo, literalmente traduzida significa paz. Porém, esta carrega uma analogia de referencia a “pax romana”, um período de paz relativo garantido por força das armas. Especificadamente, uma paz sobre tensão e com a consciência do risco de acabar a qualquer momento. Diferente da paz essência, que também pode acabar de uma hora para outra, porém de contexto não previsível.
Por mais este motivo que a pobreza é explorada, porém desta vez são os efeitos dela. O medo e o sonho de se livrar dela. É neste contexto, que algumas doutrina cristã se contradizem. Principalmente no que tange o exemplo a ser seguido do personagem principal que devotam.
Não raro é verificar sacerdotes difamando outras doutrinas irmãs para tirar fiéis de seu seio, para os abraçar e se apossar de recursos materiais e do poder gerado pela confiança e fé expressada em templos lotados. Ou seja, se tira do pobre o que ele busca, que é justamente vencer a pobreza. E o pior, se incentiva indiretamente a ganância. Já que se explora a ideia de “melhorar a vida material”.
Porém, isto é o menor dos problemas, pois o cristianismo a principio é monoteísta (deveria louvar apenas Jeová, mas devota também Cristo). No entanto, em igreja de doutrinas exaltadas recentes, parece existir um culto velado ao Príncipe das Trevas! Pois, tudo é culpa dele; ele é o incentivador de tudo,... ou seja, parece que Lucifer é equivalente a Deus. Pelo pouco que sei, o vulgo “senhor das trevas”, é um mero renegado que nem deveria ser lembrado em cultos ou coisa do gênero. Pois, não é nada na ordem dos dias. Porém, ganhou força como garoto propaganda de seitas que exploram a ignorância e o medo dos seres de espírito e vida pobre. Resumindo o diabo é um meio de incentivar o homem a acreditar em Deus! Isto é uma estratégia “ideológica” perigosa.
Mas por que mexi em ferida proibida?
Porque o ser humano é um ser imperfeito e dependente de riqueza, poder e conhecimento, ele age no contexto de seus interesses. E se regula socialmente, legalmente e doutrinariamente como se percebe, de acordo a atingir estes interesses. Sua força esta nas massas, ou seja, na vox populi. Sendo assim, a voz do povo é a voz de Deus, ou dos “deuses” que de um ser divino não possuem nada, no entanto se parecem muitos com demônios renegados? Que temem ao divino, mas o afrontam dentro de sua realidade mas de forma daninha a todos os seres?
Argumentum ad lazarum, uma falácia que poucos percebem. E raros percebem os seus efeitos maléficos. A analogia com exemplos reais, não é uma contestação a doutrina cristão ou a outra não cristã em si. Mas é o melhor exemplo capaz de demonstrar o quanto uma ideologia séria e carregada de boas intenções pode ser desvirtuada e utilizada para um fim que ela combate. Por pessoas de má fé (jurídico, social e religioso).
Explorar a desgraça para colher frutos. Isto é o mal em essência, independente de analise filosófica, cientifica ou mística. Pois, causa danos. Alimenta guerras civis e revoluções que só muda os cenários e os nomes dos atores em uma peça reescrita com palavras e cenas diferentes, mas que no final termina do mesmo jeito que o teatro modificado. Porém, a diferença é que o povo inicialmente bate palma. E quando começa a diminuir os aplausos, alguém percebe e muda os atores e fantasia o roteiro.
Lutar contra a pobreza é diferente de simplesmente “ajudar” o pobre sair de seu status quo ou promover uma vida “digna com o básico” dando e facilitando. Pois, ocorreu ajuda? A pessoa aprendeu alguma coisa com a ajuda?
As vezes a adversidade é a melhor professora para um ser que precisa aprender a se ajudar por si só sem romper regras. Pois, transforma seu ponto fraco, em seu ponto mais poderoso. Mas isto vai depender de seu livre-arbítrio e de sua vontade, mesmo abalada.
É fácil falar e escrever. Mas para ser sincero existem os que vencem e os que perdem. Mas continuam vivo para tentar vencer, sem ignorar as regras. Se fosse no jogo da sobrevivência do mundo selvagem “irracional”, a derrota seria a morte. Ou seja, não existe chance para reparar o erro, descuido e a falta de vontade e superação da mesma. Pois, a Natureza é intolerante com os fracos, por isto que evoluir é se adaptar as adversidades. O problema é que o homem artificializou o seu convívio. E por efeito, colocou em risco a própria espécie.

Interesses que geram a pobreza, para da pobreza fundamentar interesses. Este é o ser humano, um dos animais mais recente do planeta, e talvez o de passagem mais derradeira. Mas esta ultima frase é apenas uma hipótese, não uma verdade (?).       

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