quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CONCORRENTE DESLEAL OU CRIMINOSO?


A utilização de substâncias ilegais é um problema que se propaga entre todas as classes sociais. Porém, contemporaneamente a utilização de algumas substâncias transcende o “prazer” e são utilizadas para aumentar o rendimento físico e até intelectual, deixando o prazer para o segundo plano, para possibilitar vantagens extras sobre adversários.
Por uso de anabolizante, atletas são desmoralizados e ridicularizados pela mídia e sociedade. De heróis passam a ser vilões. Não vão presos, mas sofrem punições diversas, sendo a mais severa, o banimento do esporte que pratica. Consequência justa em frente a deslealdade proposital. Já que, o atleta ao utilizar anabolizante, ganhou um rendimento diferenciado e superior em relação aos que treinam normalmente e evoluem conforme suas condições naturais, determinação e aperfeiçoamento da técnica.
Já outros utilizam anabolizante para passarem em concursos públicos (principalmente para entrarem na carreira militar), pois os mesmos possuem o teste físico como eliminatório. Porém, a possibilidade de ocorrência dessa situação, já é previsto em muitos editais e regulamentos, o que acarreta na eliminação do candidato da vaga, com posteriores consequências judiciais.
No contexto dos parágrafos supracitados, é praticamente unânime a opinião da população e mídia em favor das ações contra as pessoas usuárias de anabolizantes. Porém, surge um questionamento: será que esta opinião publica aceitaria ou reconhece como errado a utilização de substâncias ilícitas para “melhorar” o desempenho artístico e intelectual?
Se levar em consideração que a criatividade humana se expressa no contexto artístico no sentido de transcender a realidade contemporânea e intelectual, e que pessoas ganham a vida com isso, sendo patrocinados ou apoiados por programas governamentais, e até se tornam referencia devido a sua rara expressão de dom. Ganhando respeito social e influenciando a mesma, se tornando ídolos para as novas gerações e até serem contratados para lecionar em academias.
Diante desse contexto, observo que o “suposto artista” que utiliza entorpecentes ganha uma grande vantagem nos quesitos imaginação, expressão corporal e naturalidade de enfrentar o publico. Pois, os efeitos dos entorpecentes ilegais proporcionam isto a ele. Ou seja, “o mundo ilusório criado pela mente entorpecida” é o mesmo em qualidade, realidade, percepção e contemplação em um mundo ilusório criado naturalmente sem a ajuda de substâncias ilícitas? O medo do erro afastado pelo entorpecente é ou não uma vantagem no contexto de uma apresentação bem sucedida em um palco, concurso, seleção para um grupo de teatro ou para entrar em uma academia?
Nesse sentido, observo que existe também uma deslealdade no mundo artístico. Pois, enquanto artistas sérios que se destacam por seus dons naturais não conseguem ou encontram dificuldades em conseguir oportunidades melhores para expor sua arte. Outros de forma desleal indireta ou diretamente conseguem a “fama”. Uma injustiça. Já que o artista desleal, toma a vaga de uma pessoa séria na academia, no teatro, em exposições, no pleito de patrocínio e apoio governamental.
Outro fato agravante é que o “artista” desleal é um usuário de drogas, um patrocinador do tráfico. Só que, devido a sua simpatia é visto com tolerância pela população e mídia. Ou seja, não sofre nenhuma punição legal além daquela legada por efeito do uso de drogas.
Por que as opiniões e as reações frente a um artista desleal são diferentes das recebidas por um atleta desleal, já que os mesmo cometem crime e prejudicam terceiros?
Esta abordagem deveria ter um questionamento maior, pois se levar em consideração que jovens imitam comportamentos de cantores e atores, então é plausível concluir que quando estes se “comportam” inadequadamente estão por efeito indiretamente e involuntariamente influenciando uma pequena parcela de seus fãs de personalidades manipulável.
O usuário de drogas deve ser observado de forma racional, não emocional. Independente de seu status social, econômico ou intelectual. Pois, involuntariamente ele colabora contra a evolução e manutenção da espécie humana.

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