sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CONTRADIÇÕES


O novo horizonte deslumbrado visto além da aurora da alma nasce sob uma nova luz, mas que carrega sombra. Pois, é uma visão humana. Um cenário contraditório, que no fim, se desenha uma mesma estrada, onde os passos são dados por calçados novos, porém, sempre sob a mesma estrada.
A luz que se torna a rosa-dos-ventos possui uma foz. E toda foz, só existe, porque a violência das águas são contidas pelas violentas margens. Eis, que existe um motivo para isto. E tudo isto não passa também de um interesse.
Recairia em hipocrisia, se não houvesse percebido que a Ordem desenhada, funciona dentro de um padrão de interesses. Interesses, universais? O tribunal que irá decidir isto, não é o meu, mas sim o seu. Mas a sobrevivência humana é um interesse vital, o bem comum, é um interesse de sobrevivência. No entanto, sob que perspectivas que se fundamentam estes interesses?
Complexa contradição, que atenta o livre-arbítrio. Já que o simples ato de criar um pensamento que o norteie no caminho da reflexão, já é um ato subversivo e corrompedor do livre julgamento. Utopicamente viajando, seria possível, por si só, o homem duplamente sábio contemplar uma consciência plena, sem necessitar buscar respostas no pensamento de outrem?
Somos unidos por uma teia, o resultado de nosso livre-arbítrio, é um fato compartilhado indiretamente ou diretamente com outros seres. Porém, a alienação, é o momento de lócus-fusco do homem. Eis, que quando repasso a informação que não devemos recepcionar tudo que chega até nós de forma superficial, esta informação se torna um elemento alienador do livre-arbítrio, contaminado por um propósito, a qual oculta na literalidade da ação, um interesse.
Então a contradição é contemplada no contexto de rompimento da alienação, no combate dos interesses, nos conhecimentos que guiam o livre-arbítrio. Seria da natureza da vida em sociedade?  Mas viver só e isolado, traz o progresso? Mas quem nos condicionou que necessitamos evoluir? Sobreviver, não é a nossa meta?
O homem é uma grande contradição, porque combate o que cria, com as mesmas armas que estão sendo combatidas. Então transcendemos a um outro nível, onde descobrimos, que não é o ciclo vital complexo, mas sim o ser, que o deixa complexo, na tentativa achar alternativas para as suas ações de gênese destrutiva, sem no entanto, parar de realizá-la.
Hoje nesse novo horizonte, fui tocado por um eclipse. Vi a luz e as sombras se degladiando no manto celestial, enquanto a mãe terra, adaptava-se as efêmeras mudanças. Tudo que foi escrito se contradiz. E quem conseguiu perceber este eclipse no céu do novo horizonte, não precisa deixar a cordilheira de onde observa solitário, seus espelhos. Ou precisa?
Mas a contradição é complexa. Deveria ter um nexo. Mas se oculta e corrompe. Quem a vê, não mais se vê. Descobre que o caos, é o processo de um ciclo. Que a negação, é condição. E que o livre-arbítrio é tão artificial, quanto os nossos pensamentos.
O vento, depois de trinta e seis invernos, trouxe talvez, uma suposta oculta verdade de grande importância basilar, sobre tudo que até então carregou. Eis que mostrou, a contradição de seu mundo, e insurgiu o livre-arbítrio, ao condicionar isto na percepção de identificá-la, no nosso mundo crepuscular.
São revelações, que só consegue contemplar, quando se viaja por mundos renegados. Utópicos por interesses. Proibidos, por alienação. Esta descrito o horizonte e  mapeado o caminho que leva até ao seu propileus. Existem os que nasceram para  contemplá-lo  e os que viverão para o renegá-lo. Mas isto só se descobre no condicionado tempo. Porque isto é da natureza vital do homem. Sem este espírito, o homem não vive, já que não se aperfeiçoa para enfrentar os antagonismos e contradições.
Outra contradição é o combate à violência. Combater, tentar mudar uma situação é por natureza, ser violento. Mesmo, que esta violência não seja condicionada a ser vista assim. Pois, a revolução do ser, é um conflito entre forças antagônicas. Porém, demonstrar isto é complexo. Já que o ser alienado, já parte com a premissa, que combater o mau é normal; do que serve para sobreviver não é violência; o que causa morte ou dor física, recebe o status de violência. No entanto, a violência se manifesta em um contexto muito mais amplo. Pode ser propagada por palavras que destroem o ego de uma pessoa. Pode ser propagada pela economia, que muda radicalmente a vida da sociedade. Surge no contexto transformador do ciclo vital. Pois, alterar qualquer estado, seja por convencimento ou pela força bruta, se configura em violência.       
Combate-se o mau com bem. Porém, mesmo sendo bom, se esta aplicando um ato violento. Pois, se existe um antagonismo, então esta ação para o mau, é uma ação violenta, que fere seus interesses. Considerando estes fatos é notório, que qualquer agente modificador do sistema, seja ele composto por matéria ou por energia, é violento. Mas isto é uma visão que contempla um horizonte, que poucos conseguem tocar.
Feliz, é o ser que não se preocupa com sistema ou teoria alguma, que pouco se importa com que ocorre a sua volta. Pois, este vive a seu modo dentro das regras e deixa a vida o levar, como um grande desafio.
Talvez, um dia o livro por algum motivo o eleja. E por curiosidade, o eleito contemple apenas a literalidade do que enche seus olhos. Pouco entenderá e tão pouco a credibilidade das palavras lidas terão algum efeito. E por este motivo, o livro pouco importará. Já que ele carrega para o seu leitor, uma grande ficção.
Uma ficção tão complexa quanto a ideia, de que tudo que contemplamos, não existe, e sim,  uma criação do pensamento. Uma filosofia milenar, que poderia definir e dar sentido a real morte, pois, ao morrer o pensamento cessa. Mas, isto se contradiz, pela própria evolução do ser vivo, que recebe informações de seus genes, que evoluem de geração a geração. Então ninguém morre, apenas vive no ciclo existencial das próximas gerações. É complexo e sem nexo. Até o dia que um grupo o eleja como uma verdade plausível.    
Esta é a contradição, acreditar ou não. Aprender a contemplar a natureza, mesmo sendo um guia norteador do livre-arbítrio. Descobrir alternativas. Mais se deve identificar, que é a nossa ação mais simples que causa grandes mudanças. Porque estas ações se unem e se tornam comuns, aceitáveis, mesmo gerando o erro terminal. Mesmo sendo a pratica, da equação anti-vida, demonstrada pelos estudos mais “conspiradores” da matemática.
A Teia é uma Ordem Cósmica, a vida é uma rede paralela, o homem é o deus de seu Universo. Um universo antagônico, devoto de Cronus, Tánatos e Têmis. Um deus que devota outros deuses. Um universo de antagonismos contraditórios, que contextualiza o que não existe, mas se sente, porque é interessante isto para um grupo. Não um grupo de conspiradores, mais o grupo que alimentam os conspiradores. Mas que nega a sua existência, porque é melhor assim.   
Mas a maior contradição é: se aceitar tudo isto é viver sem paz, porém se lutar contra isto é buscar a paz. A paz é um estado que o ser carrega, pode ser compartilhado e até propagado. Porém a sua manutenção é intima e pessoal. Neste contexto ser passivo a tudo é egoísmo. Mas se desfruta de paz! Como lutar pela paz sem romper sua essência em todos os sentidos? Quem carrega a paz, não incomoda os outros, pois não busca o poder, a riqueza, não interfere em nada. Já que em tudo existe um caminho pela paz. Porém e incomoda quem não possui a paz ou não a compreende. Por isto, rompe a paz de quem a conseguiu, já que este acha que para ter paz, todos devem lutar por ela. Ou seja, a grande contradição esta raciocinar que para se atingir a paz se deve caminhar por um caminho antagônico a ela. Este livro pregou isto. Mas você percebeu?
Se não, é porque os valores estão comprometidos por doutrinas. Como então você explicaria a intolerância religiosa que em sua base deveria primeiramente lutar pela paz, no entanto em suas ações propaga o antagonismo?
As observações de contradições não esta no antagonismo superficial, mas no contexto do que dita a essência. Um exemplo: se a paz é individual, então para que ela seja universal, é necessário que um grande grupo de pessoas aprenda a ter paz. Ou seja, a encontrar primeiramente a paz nelas mesma. E não lutar pela paz dos outros ou pela paz que acha ser a “certa”.
No entanto, quando todos descobrirem que só existe a essência una. E que está deve carregar a sabedoria, pois é naturalmente volátil no contexto de como ela é usada. A busca pelo o que é nominado e nos faz bem se sessara. E a contradição será compreendida como expressão que demonstra a falta de visão em lato sensu. Ou seja, a contradição só é visível e se expressa onde à contemplação é superficial e limitada já que é gerada por aprendizagens e conhecimentos superficiais.

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