segunda-feira, 25 de novembro de 2013

POLUIÇÃO EM LATO SENSU


Em pleno século XXI onde a coleta de lixo chega praticamente a 97% dos domicílios da capital e serve a quase 70% da Região Metropolitana, ainda é possível notar o desrespeito ao meio ambiente, no contexto de encontrar sacos de lixos jogados em terrenos baldios e beira de estradas. E o pior, é descobrir que na região onde ocorre este tipo de crime passa a coleta de lixo!
Porém, o lixo coletado por consequência é depositado em algum lugar. E é ai que vem a maior contradição. Ninguém quer um lixão próximo a seu bairro. No entanto, a grande maioria que participa de passeatas, são os mesmos que colaboram involuntariamente para a produção de lixo.
É estranho, mas o ser humano é um dos agentes do sistema natural que mais modifica o meio em que vive e que consegue perceber isto. Neste sentido, não basta gritar palavras de ordem e de direito. Tem que buscar a ordem através de ações. Ou seja, não basta querer que os outros sigam uma ideia, se a própria propagadora da ideia não segue o que prega.
Eu produzo lixo, mas reciclo! Eu consumo produtos, porém somente o que necessito, não o que a “moda” manda eu comprar! Eu tento respeitar a natureza no sentido de agredi-la o menos possível,... Mas esta é a minha filosofia, meu jeito de ser,...
E os outros?
Independente se pensam ou não em um mundo mais limpo, com clima normal, sem perigo de epidemias causados pela ação poluidora humana,..., eu estou fazendo a minha parte, estou dando um exemplo, relatando fatos,...
Mas daí vem a hipocrisia, reciclar é legal, mas tem que mexer com lixo! “Eu não quero nunca ter que viver catando lixo, para sobreviver”,... “olha que nojento aquele catador, porque ele não trabalha em um serviço de verdade”?
São tantos paradigmas de valoração humana, os quais interferem diretamente na maneira de convivermos em harmonia com o meio que nos sustentam. Pois, tememos a vergonha ou as reações contrárias, ao invés de tememos as consequências que colocam em risco a sobrevivência da espécie humana.
Não queremos poluir, mas fumamos e consequentemente colaboramos para que uma terra fértil que poderia ser utilizada para plantar alimento, seja usada para produzir um alimento a satisfazer vícios, e por efeito, um espaço a mais tem que ser desmatado,...!
São tantos exemplos a serem citados, que transcendem a racionalidade superficial. Pois, eles se ligam a uma rede de interligações interdependentes que vai além da conhecida rede do ecossistema. Mas que em um contexto geral se recai no principio da ação e reação, que para os místicos se chama Rede de Gaia, para a Ciência se denomina Teoria do Determinismo,...  
O texto aparenta ser sem nexo, mas é um pequeno contexto das contradições que carregamos. Expressamos o que queremos que os outros façam, mas esquecemos de se olhar no espelho.
Hoje eu falo sobre poluição, a qual pode ser sólida, gasosa, líquida, radioativa, sonora, cultural, filosófica(!), porque observo que somos contra ela, mas pelo desconhecimento total ou um breve conhecimento superficial sem amplitude e interligações, pouco sabemos sobre ela, como age, como pode ser diminuída, se manifesta, como podemos com ações vencê-las. E por consequência, ao invés de combatê-las nos tornamos seus principais propagadores, porque esperamos que os outros façam o que nos deveríamos estar fazendo independente se outro faz ou não.
É inevitável o fim dos seres humanos, pois naturalmente o sistema que nos permite viver sofrerá alterações a ponto de apenas os seres que conseguirem se adaptar, continuarão a sua evolução. Mas isto é uma perspectiva para milhões de anos futuro. No entanto, parece que o ser humano quer antecipar para apenas “centenas” de anos! Ou seja, o homem não destrói a natureza poluindo, ele a modifica a ponto de torná-la inviável para o padrão natural de vida que contemplamos!
Tudo que o homem faz que afronte seu meio de sustentação e que não é interrompido por aqueles que identificam o perigo, é uma agressão que retorna para  exterminá-lo. É por isso que poluição não é só jogar lixo ou queimar folha,... Mas sim, é tudo que o ser produz que altere o seu meio biológico e social. Pois, não se mede o perigo pela ação, mas pelas (no plural) consequências dela geradas. 


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