Já
faz algum tempo, que venho percebendo, que estou mais apreendendo do que
ensinando. Não encontrei uma resposta plausível, para me satisfazer no que
tange se este fato é bom ou ruim. Mas dentro de uma idéia de equilíbrio,
imagino que involuntariamente sempre estou ensinando. Porém, não percebo isto,
porque não me atento ao fato que um outro ser que me observa, aprende algo com
que falo, faço ou escrevo, (algo que lhe chama atenção por algum motivo intimo
a ele), mas não no contexto de minha intenção de ensinar, mas sim, pela
interpretação que ele desenvolve e relaciona a um interesse que provavelmente
vai servir para lhe satisfazer no contexto que visa aplicar.
Cheguei
a esta superficial conclusão, porque, se eu apreendo com o que os outros falam,
escrevem ou fazem apenas os observando, mesmo estes não tendo intenção nenhuma
de ensinar. Então imagino, que os outros seres também possuem esta faculdade
mental de proceder assim também.
A
partir disto, racionalizei a seguinte condição: o ser humano quando nasce, se
apresenta desprovido de valores, consciência do que é certo ou errado, de
racismo, de ações cancerígenas, ou seja, não possui estes conhecimentos. Então
conclui, se o homem se torna uma anomalia, propaga o câncer que corrompe a
sociedade sem perceber,..., é porque aprendeu isto em algum lugar. Se o ser da
quinta raça aprendeu o que é condicionado como mal, é sinal que ele pode
aprender o que é condicionado como bem, basta ensiná-lo ele ainda em seu
período de preenchimento de conhecimentos primordiais. Resumindo, se o ser
humano aprendeu o mau e o pratica, por que não apreender o bem e praticá-lo.
Porém, descobri, que este meu raciocínio já tinha sido expressado por Nelson
Mandela, mas não com estas palavras, mas com este sentido.
Diante
deste fato, fico preocupado se meus atos estão ensinando coisas que sirvam para
o bem comum. Pois, temo que certos seres, apreendam com o meu lado imperfeito.
Mas fico aliviado, se meu lado imperfeito, se tornar um aviso e criar
consciência nas pessoas, a ponto, delas não desenvolverem tal imperfeição, ou
corrigirem a imperfeição se caso esta estiver e for percebida se manifestando
na nelas. É por este motivo, que iniciei este propileus, com a observação que
estou mais apreendendo, do que ensinando.
Porém,
minha preocupação também se estende ao fato que o ser humano vive nesses tempos
presentes, em que a transmissão de conhecimentos excedem o simples ato de
ensinar e apreender voluntariamente. Eis, que o fluxo de informações carregado
pelos meios de comunicações contemporâneos, não se prendem mais as formalidades
acadêmicas, a fronteiras territoriais, as imagens e sons especificamente, como
também não é estática e tão pouco depende da vontade do ser em assimilar ou não
tantas informações. Eis, que involuntariamente elas preenchem o ser, os
forjando inconscientemente, para um dia este conhecimento despertar.
Um
dos meios de comunicações que mais propaga conhecimento e condicionamento é a
Televisão. Pois, os filmes, novelas, programas de auditórios, documentários,
telejornais, reality shows, clips musicais e outras manifestações televisivas
possuem a capacidade de apresentar aos telespectadores condicionamentos de
valores morais e éticos, comportamentos e conhecimentos, simplesmente através
da ficção e de estórias encenadas em filmes e novelas. Possui a capacidade de
direcionar a opinião de uma população simplesmente opinando ou criticando um
fato em programas jornalísticos, documentários, novelas, minisséries, programas
humorísticos,...
Ou
seja, não existe uma sala de aula aos moldes tradicionais, tão pouco
metodologias de ensino. Não se procede uma introdução para informar que
abordagem será feita, como, fundamentação e principalmente que irá se
transmitir um conhecimento sobre um assunto específico. Simplesmente se criam
estórias, que se adaptam-se as informações que se pretende propagar no contexto
desta estória (sempre tangido por um ponto de vista), e posteriormente repassa
isto através de recursos áudio-visual e efeitos especiais para o telespectador.
Estas
estórias sempre se fundamentam em uma conduta especifica de seus personagens,
para justamente criar um laço de identidade com o telespectador (se cria um esterotipo
de um ser correto na perspectiva social, um herói, um vilão,...),
desenvolvem-se cenários fictícios com
elementos reais, falas (diálogos que mexa com o lado sentimental). Independente
disto ser ou não interesse de alguém, esta estória e apresentação dela, ainda
irá receber a influência indireta da opinião de seu idealizador. Diante disso,
pode ocorrer, que nem sempre a linha de raciocínio de quem escreve um filme,
novela,... esteja dentro de um raciocínio altamente reflexivo e consciente das
interpretações e influencias que aquelas ideias fictícias podem ocasionar em
quem as recepciona. Porém, passam despercebidas, pois, o fim, irá justificar os
meios no contexto da analise leiga e superficial.
O
mesmo ocorre pelas transmissões de radio difusão, que propagam musicas e
opiniões diversas de conduta moral, cívica, ética, moda,... ou seja, são poucos
os que param para analisar o conteúdo de uma letra de musica, pois, são
encantado pela melodia. Aparentemente inofensivas, as musicas possuem a
capacidade imensa de forjar um ser indiretamente, sem a necessidade de
voluntariedade de assimilar o que a letra propaga. Tanto é, que nos regimes
políticos onde existiram censura, a musica era um dos alvos de proibições,
quando carregavam um conteúdo subversivo.
O
mesmo ocorre com as opiniões, muitos radialistas exploram os problemas sociais,
para colher frutos em suas campanhas eleitorais. Porém, estes, não percebem,
que estão criando condutas indiretamente, que será forjada na passividade,
cegueira dos próprios erros e na dependência de um constante “herói” (um
salvador e justiceiro que atenda as “necessidades” do povo).
A
arte, a rede de informações mundial de computadores interligados (internet),
também colaboram com uma gama de informações capaz de transmutar quem se
envolve demasiadamente a estas manifestações. Pois do mesmo jeito que elas
colaboram com o desenvolvimento do ser, elas também os cegam.
Ou
seja, inconscientemente o ser humano anda aprendendo muita coisa, porém, quase
sempre aprende o que não buscou saber, apenas aprende indiretamente e as
pratica involuntariamente sem se quer saber como aprendeu aquele
condicionamento (palavras, expressões, comportamento, ponto de vista,...) que
pratica. Apenas apareceu no ser!
Não
raro é ver crianças vestidas de heróis, brincando de policia e bandido,...
imitando a conduta de um personagem que observou na tela da televisão. Isto
ocorre porque eles aprenderam a agir involuntariamente assim. Não foi com o
pai, mãe, parente, mas sim involuntariamente assistindo televisão, e imitando a
conduta que julgou ser correta, baseada nos valores que inconscientemente já
possui. Ou seja, independente de idade, o ser humano forja a sua personalidade
baseada na imagem que recebe e cria da conduta de um outro ser, que é valorado
como ídolo.
O
ídolo geralmente pode ser um personagem fictício que chama a atenção por seus
dons, seja no contexto que compreende os padrões de bem ou mal, ele influencia
as pessoas a o imitarem. No entanto, existem ídolos reais, (pessoas comuns,
artistas, cantores, esportistas, anomalias,...) que também influenciam outros
seres humanos a se comportarem, vestirem-se como ele, agirem como eles,
desenvolver uma vida como eles,.... Ou seja, a influência dos ídolos muita
vezes é tão grande que suas palavras e opiniões ganham credibilidade, mesmo
estando imperfeitas e contraditórias a própria credibilidade. Isto acarreta uma
circunstancia que pode ser explorada para atender diversos interesses. E o
pior, é que tem muitos seres que são considerados como ídolos, que possuem
consciência desses fatos e tiram proveito deles.
Mas
a questão a ser observada aqui, é justamente a capacidade que um ser humano
possui de ensinar e aprender, simplesmente utilizando a sua conduta
(comportamento), dentro da sociedade. É neste contexto que se verifica
relevante o comportamento integro dos profissionais da Educação, policiais,
juízes, atletas, políticos, artistas, pessoas “comuns”, ou que se destaque em
algum setor que seja visto e admirado pelas futuras gerações.
Diante
desta breve introdução, que se percebe a importância do ato de Ensinar.
Independente se é conhecimento ou experiências pessoais. Pois, ele se propaga
pela simples conduta do ser, pela maneira dele expor seus ideais, pelos
objetivos que possui no contexto de ser útil no mundo, pela forma que se
relaciona com o meio em que vive,...
O
homem, será sempre o principal propagador de sua evolução, independente de
metodologia, já que é da natureza do ser humano apreender para evoluir, mas é
de seu instinto natural de sobrevivência, ensinar o seu igual, para proteger a
espécie. Neste processo de milênios muitas coisas foram ensinadas, algumas
foram esquecidas, outras tiveram o destino de serem descartadas e certos
ensinamentos foram ocultados ou desvirtuados por um propósito, que excede a
sobrevivência da raça humana.
Conhecer
a verdade essencial das coisas que cercam os terráqueos, não deveria ser um
sonho ou utopia, mas sim, uma realidade continua e relevante no progresso
humano. Porém, o que é ensinado, parece estar corrompido, já que não faz o ser
recepcionar uma realidade ampla, mas sim uma realidade especifica e
condicionada.
O
grande problema é que o homem se condicionou ou foi condicionado a apreender o
que lhe interessa ou o que melhor atende o seu intimo interesse. Diante desta
condição, ensinar passou a ser um desafio, que começa primeiro com um grande
esforço em prender a atenção do ser e posteriormente o fazer compreender o porque
e a importância do que lhe vai ser ensinado. No entanto, o ato de apreender não
necessita de tanto esforço assim, pois, os ensinamentos são recepcionados
indiretamente e involuntariamente, já que são captados pelos sentidos humanos,
preenchendo o ser com uma gama enorme de conhecimento. Sendo assim, não se
ensina as pessoas, apenas se desperta o que elas já possuem adormecido em seu
subconsciente. Se ensina a conhecer e utilizar criativamente estes
conhecimentos na pratica cotidiana.
É
este ato de despertar o conhecimento, que é um grande desafio. Pois, o
conhecimento estático adormecido no ser é extremamente volátil, e com
necessidades especiais vinculados a vida de quem os carrega, a tal ponto de ser
despertado apenas por uma exclusiva motivação externa, que possui a capacidade
de romper uma espécie de bloqueio condicionante, causado por diversos fatores
proporcionados por outros conhecimentos e circunstancias sociais. É por este
motivo, que os conhecimentos existentes no ser são voláteis.
Como
ensinar uma nova visão, a um ser que já foi extremamente corrompido pelos
conhecimentos condicionantes de uma sociedade manipulada e controlada por
doutrinas, ideologias e filosofias impregnadas indiretamente e até diretamente
por este condicionamento. Que estrategicamente servem para dar fundamentação a
uma realidade que pode ser alterada por ações simples, mas que por este
condicionamento, se tornam ações insignificantes e sem credibilidade para
promover uma poderosa radicalização do bem comum?
Qual
seria a forma não condicionada de se expressar, utilizando palavras de
credibilidade não condicionada ao padrão dos ciclopes contemporâneos, sem
possuir a preocupação condicionada de não se preocupar com a recepção que um
ensinamento vai receber do ser atingido por eles, a tal ponto, de não
contradizer o pensamente de luta contra a manipulação?
Porém,
a mais complexa questão de solucionar com a ação de ensinar, é a que diz
respeito aos seres que já possuem um conhecimento, estão cientes disto, mas no
entanto, não os materializam em forma de ação? Um exemplo cotidiano é de como
ensinar uma pessoa que sabe que depois de ingerir bebidas alcoólicas, não se
conduz um automóvel, como também este está consciente dos riscos a sua vida,
terceiros, a seu bolso e liberdade? Independente de vicio ou não, este
conhecimento é quase que universal. Então, como ensinar e convencer uma pessoa
a buscar alternativas para evitar este fato?
Ensinar
virou um desafio, que deve transcender o condicionamento e ao mesmo tempo
explorar no ser os conhecimentos condicionados, para lhe mostrar o seu
condicionamento. E a partir daí, lhe mostrar uma nova proposta de ver a vida se
desencadear no contexto dos fios da Rede de Gaia. Porém, nunca lhe mostrando
aquilo como uma única verdade, mas como uma alternativa a ser deslumbrada no
contexto do livre arbítrio.
Mas
o outro grande problema é que independente de temos a consciência de nosso
condicionamento ou não, ao ensinar repassamos uma nova espécie de
condicionamento, que pode ser percebido e possibilitado a ser corrigido, pois é
ensinando que também se apreende. Então o que fazer?
A
principio, é uma grande satisfação perceber que estamos evoluindo, pois, se
conseguimos verificar o nosso condicionamento, é porque evoluímos. E isto é um
fato marcante do processo de evolução, já que, só existe evolução, onde existem
desafios a superar.
Talvez
a missão primordial e extremamente pacifica se não for corrompida com o
rompimento do livre arbítrio e a manipulação, praticada e desenvolvida por um
Guardião ou um ser humano qualquer, seja a ação de ensinar os caminhos do bem
comum essência e a compreensão do bem comum artificializado que sempre estará
propício a correção e descondicionado da manipulação.
Ensinar,
instruir, demonstrar, ou outro nome que se dê a ação de repassar conhecimentos,
será sempre um ato de transmissão do que mantêm vivo a cultura, as ciências, a
sua maneira de pensar e evoluir, além de outros elementos que permitem o homem
a sobreviver no planeta. Diante disso a ação de ensinar não deve esbarrar em
conceitos pedagógicos e perder seu real foco em debates importantes, mas não
relevante a ideia principal de como realmente ensinar.
Todo
ser humano possui o dom de ensinar, pois o simples agir, se comportar,
relacionar, expressar ideias,..., já é uma manifestação espontânea de
transmissão de conhecimento. Isto ocorre, porque sempre alguém estará
observando e tirando conclusões sobre as ações do seu próximo.
É
a partir deste momento que a conduta de um Guardião ou de um ser humano
qualquer, já se torna um processo de ensino e aprendizagem. Pois, seu
comportamento é seu exemplo, e as observações de seus pares é a sua reflexão em
processo de evolução. Se o objetivo é ensinar, então que nossa conduta seja o
que se pretende ensinar. Não contraditória ao que se ensina.
Quem
apreende esta lição, ensina mais do que se imagina e objetiva.
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