Conta
uma estória, que um dia um poderoso mago chegou até a uma vila com a intenção
de recrutar pessoas para realizarem uma missão especial, a qual o mago com todo
o seu poder não conseguiria realizar devido a um encantamento que protegia o
objetivo principal da missão. Como pagamento por este serviço, o mago prometeu
dar aos voluntários, o dom da previsão do futuro.
Tentados
por esta oferta e sem muito refletir sobre o lado ruim deste dom, muitos
aceitaram a proposta, pois, querendo ou não, apenas visualizaram o lado que
atendia seus interesses na perspectiva onde prever o futuro, era evitar um
monte de problemas. Inclusive, ficaria até mais fácil para conseguir riquezas.
Pelo menos, era este o raciocínio daqueles que aceitaram realizar a missão.
No
entanto, apesar de possuírem um dom natural da inteligência e do raciocínio, o
qual permite refletir e perceber que aquela proposta poderia ser uma grande ilusão
resolveram ignorar este dom real e partiram guiado por um sonho.
Enfrentaram
muitos desafios. Sobreviveram a todos, sempre carregando a esperança e a
perspectiva do que achavam ser um dom. Alguns dias se passaram, e lá estavam
eles, com o objeto sagrado descrito pelo mago, já a ponto de entregá-lo, e
consequentemente receber a recompensa.
Ao
receber o objeto sagrado o mago cumpriu sua promessa e concedeu o poder da
previsão do futuro aos voluntários. No entanto, ao receberem este suposto dom,
os voluntários logo começaram a esbravejar bravos, que tinham sido enganados,
pois, a única previsão do futuro que alcançaram, foi a consciência de suas
mortes e uma vida angustiante e carregadas de tristezas que julgaram ser o
resultado de uma maldição por aquele respectivo dom.
Porém,
sem esboçar reação de surpresa ou de medo contra as atitudes dos voluntários, o
mago expressou de forma sábia, palavras que demonstraram, o que a ignorância e
a ganância não permitiram observar no contexto das perspectivas criadas pelo
premio a ser recebido e que fez cessar aquele momento de raiva.
Eis,
que o mago expressou o seguinte: “o único futuro previsível e inevitável de um
homem, é a morte. Sabiamente os deuses ocultaram o dia e o momento final da
vida de um ser. Para justamente, ele não se prender e viver em relação ao
momento terminal. Ou seja, deixar de viver, porque perde seu curto tempo de
vida em ficar contando as luas que faltam para o momento de solidão. E por este
motivo, deixar de aprender e evoluir a uma consciência maior, porque já morreu
antes do momento de escuridão total do corpo físico. E em consequência disto,
provavelmente a maioria dos seres, andariam sobre a terra sem perspectiva de
sonhos por um futuro, pois, já o conhece, e sabem que nada poderão fazer”,....,
“o que vocês receberam hoje, não foi uma maldição, mas um dom. O problema, é
que da mesma forma que vocês receberam o poder de observar o futuro de tudo,
por efeito vocês também receberam o poder de verificar o seu próprio futuro, e
em consequência disso vislumbrar como irá ser as suas respectivas mortes e de
quem vocês amam. É inevitável esta fato, porém é um fardo que quem o possui
deve carregar e tentar entende-lo com sabedoria”...
Se o homem já chora as magoas de um
passado, chegando a viver a partir dele e por ele, imagine então se começasse a
chorar por algo que ainda irá acontecer?
O segredo do que irá acontecer, é a principal ferramenta que faz o homem
a evoluir. Pois, força ele a arriscar em seus sonhos e aprender com eles, mesmo
estes se tornando um pesadelo terrível. Eis que o ser humano, evolui no simples
ato de se prender a sua sobrevivência que se contextualiza na luta em realizar
suas infinitas perspectivas.
O
homem evolui, porque luta contra morte, que desconhece, mas a imagina através
de teorias diversas. Não sabe se estará vivo, no momento seguinte, e isto o faz
sempre o renascer, para aproveitar o que supostamente acha que vai perder, e
não tem certeza se outra coisa irá lhe satisfazer da mesma forma, que era então
satisfeito enquanto caminhava com vida.
No
entanto, a pior coisa que ocorre com um ser, é quando ele recebe uma
perspectiva de vida (portadores de câncer ou outras patologias sem cura, por
exemplo). Estes muitas vezes morrem antes do previsto, porque desistem de sobreviver.
A mesma sobrevivência que se desenvolve no momento presente e gera consequência
denominada de futuro, que irá virar passado, porque uma ação presente deverá
corrigir os efeitos imperfeitos gerados, pela ação presente mal racionalizada.
E
neste contexto que se percebe o quanto o futuro é efêmero no contexto de seu
condicionamento, vinculado ao homem. Pois, somente as ações do presente, são
capazes de fazer um futuro existir. Principalmente quando este futuro é
planejado, profetizado ou plausivelmente, pré-imaginado. É por isto que o
estado futuro do presente é assim denominado.
Uma
analogia a isto pode ser retirada novamente do contexto da pessoa que recebe
uma perspectiva de “x” meses de vida. Eis, que na recepção involuntária da
consciência desta pessoa, a palavra perspectiva é interpretada como o dia
derradeiro, o fim da jornada. Ou seja, a pessoa deixa de racionalizar e
refletir sobre o contexto que os remédios poderão ampliar seus dias de
sobrevivência; que a mudanças de seus hábitos costumeiros, poderão lhe conceder
um tempo a mais, como também, devido a esta melhora que poderá ocorrer e
contando com os fatos que não se consegue explicar pelas vias normais da
Ciência e da Filosofia, poderá neste meio tempo aparecer novos remédios e
alternativas, que prolonguem mais a vida.
Mas
o problema é que quando se recebe uma noticia assim, a esperança aparece, mais
muito frágil e tímida, a ponto de ser derrubar sob qualquer pretexto ou
obstáculo fora da perspectiva. Diante disso, a vontade de desistir, se une ao
desespero e geram uma depressão psicológica, onde o ser se dá por vencido,
antes mesmo do tiro de misericórdia, mesmo este tendo tempo e alternativas para
desviar-se do tiro ou evitar este fato. Ou seja, o ser humano abatido
emocionalmente esquece de racionalizar
que o futuro, só ocorre dentro de uma perspectiva esperada, porque existe um
presente que colabora para isto. Se a pessoa luta sem se abater por efêmeros
obstáculos que aparecem no seu caminho e não os transforma em problemas insuperáveis,
logo ela estará desenvolvendo uma ação presente, que romperá com a perspectiva
de futuro a ela dada. Mas se ocorre ao contrário, onde a dor lhe domina a
vontade, onde os obstáculos pequenos são valorados como gigantes, onde o
pessimismo, pesa mais que o verdadeiro otimismo, onde se perde tempo em se
preocupar com os dias que faltam, ao invés de se preocupar em viver, como se
fazia antes da noticia derradeira,..., com certeza, se estará traçando um
presente, que também não representará a perspectiva de futuro prevista. Pois, a
pessoa já morre antes de morrer por definitivo, porque ela não raciocina que
para ser curada tem que estar viva, já que para a morte, não existe cura.
Infelizmente
as pessoas neste estado, muitas vezes não percebem, que carregaram tal doenças
por décadas, mas daí por um exame de rotina, descobrem que estão doente. Ou
seja, a doença estava controlada e se manifestaria mortalmente em um período
propicio a isto, mas ainda distante. Porém, ao saber a pessoa acelera a doença,
não porque os remédios não fazem efeitos, mas sim porque a pessoa passa a se
preocupar com um futuro de morte real, que ainda não existe. O seu presente é
em prol de um futuro contextualizado na não compreensão da morte essência, e
sim em uma perspectiva, não um acontecimento exato.
Outro
fato interessante sobre isto é que as pessoas esquecem que de um jeito ou de
outro irão morrer, então por que se preocupar em ficar contando os dias se a
morte pode chegar de forma instantânea em um acidente, através da violência ou
por um outro motivo.
As
pessoas só dão valor a vida, quando ficam próximas de perde-la. E isto se
reflete no contexto do que a raça humana desenvolve no seu cotidiano. Pois,
perspectivas lhe foram dadas, sejam através de profecias ou da simples observação
e raciocínio de onde tudo que acontece atualmente, pode chegar e gerar
consequências. No entanto, poucos conseguem ver de forma clara e não fantasiada
estes fenômenos em pleno desencadeamento e até previsíveis, que possivelmente
colaborarão para a extinção humana.
Mas,
o que o homem esta fazendo em seu presente, para mudar estas previsões?
Praticamente nada, porque quem tem a consciência disso é uma minoria, já quem
não tem é uma esmagadora maioria, que a principio esta sendo manipulada a
consumir, a viver pelo consumo excessivo das coisas, a fingir ser racional e a
buscar unicamente o prazer físico e psicológico, custe o que custar. Esta mesma
maioria são os que contestam ações e pensamentos que tentam mudar as atitudes
das pessoas e prolongar a sobrevivência da raça humana no planeta Terra.
Conhecer
o futuro é primeiro compreender que a morte é certa, no entanto, é a partir
desta compreensão que se faz da morte, que se deve buscar alternativas para
sobreviver sem precisar ficar contando os passos até o grande portal do sono
eterno, que a propósito, ninguém ainda conseguiu entender a ponto de
desvendá-lo com credibilidade não conflitante e vinculada aos mistérios criados
pelo próprio interesse dos homens.
Se
o futuro é a morte, então o presente é a vida, a única coisa real que pode ser
percebida de imediato e controlada racionalmente pelo ser humano, sempre na
perspectiva de melhorar os seus dias, sem piorar os dias dos outros. Pelo menos
deveria ser assim, mas o presente é constantemente corrompido, por pessoas que
esquecem que fazem parte de um sistema de inter-relacionamento, onde uma ação
gera uma reação, ou seja, a reação é muitas vezes um futuro que tentamos
evitar, mas não conseguimos, porque alguém não seguiu a ideia de preservar o
bem comum.
Este
é o futuro do presente, o futuro que nasce em nossas mãos, pensamentos e
atitudes. É um futuro previsível, que até pode gerar surpresas, mas no entanto,
em sua maior parte é o que foi plantado e inevitavelmente gerou frutos. Se de
veneno para o homem ou de suculentas frutas, só a consciência do ser vai
deslumbrar vivenciando as condições que aparecerem.
Amanhã
é o grande dia. O dia em que o passado vira presente. E o sonho uma grande
realidade que frutificou ensinando. Estar na hora certa no lugar certo.
Escrever o que as pessoas querem ler, mesmo sendo a verdade. Agora imagino o
amanhã. Por que é imaginando que a realidade ganha forma e torna-se plausível a
um deleite primário que mascara o sabor do fruto a ser colhido.
Tudo
que se perdeu um dia volta, como se isto nunca tivesse realmente se perdido.
Mas não volta mudado como se pensa. Porque quem muda é o ser, e por este motivo
não consegue identificar o que perdeu. Já que ele parece diferente, sem magia.
Talvez seja a face real que ele realmente apresenta. A mesma que um dia possuía
a capacidade de nos hipnotizar e nos prender em seu mundo como se ele fosse
essencial. Tudo é momento. Porque ininterruptamente simplesmente se movimenta e
se perde o foco inicial do pioneiro ponto de vista.
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