segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

FUTURO DO PRETÉRITO


No contexto da ideia, de que o homem participa involuntariamente e inseparavelmente de uma rede “fictícia” de ação e reação. Onde por ele possuir uma racionalidade mais complexa, se comparado com outros seres vivos, consegue compreender das mais variadas formas este acontecimento, e por este motivo tenta se adequar a este contexto de ação e reação através da criação de um condicionamento artificial. Que a principio visa corrigir as imperfeições desencadeadas pela conduta humana na trajetória de sua vida.
Diante disto, as principais bases fundamentais do condicionamento das atitudes humanas, possuem como matriz norteadora, o tempo e a noção cíclica que ele representa de começo, meio e fim; o antagonismo representado em sua expressão máxima pelo bem e mau, que guia e fornece sustentação ao elemento Justiça. Um contexto místico/filosófico representado pelo universo da morte e da vida, mas que também se condicionam em um contexto antagônico e interligado ao bem e mau sob a influência do tempo. E por fim, os sentimentos, que abrange o seio das ações humanas que são controladas pela justiça, analisada pelo antagonismo bem e mau, corrigida pelo universo misterioso da vida e morte, mas sempre sobre o ciclo do tempo.
A partir desses elementos, se vislumbra o universo ilusório e cíclico, complexamente difícil de romper. Pois, é a partir deles que criamos todas as noções de interpretação da realidade que carregamos e utilizamos. E por este motivo que nos vemos condicionados.
Mas isto não deveria ser novidade, já que a racionalidade humana consegue perceber isto. No entanto, a maneira de racionalizar muitas vezes é afetada por ideologias e doutrinas, propagadas por diversos meios de comunicação que bloqueiam a recepção mais abrangente das circunstâncias. E é a partir desse fato que a ilusão ganha vida, pois dificilmente é contestada.
Quando se rompe com a ilusão, se conclui em um primeiro momento, que se descobriu algo novo, quando na verdade, apenas se redescobriu algo que foi ocultado e é deslumbrado por poucos. Mas que possui a capacidade de realmente promover uma revolução racional, capaz de quebrar o ciclo que nos reverte compreender apenas o condicionamento natural. No entanto, se é possível conseguir chegar até a esta racionalidade de percepção, então é possível desbravar uma condição “nova” de descobertas. No entanto, se esbarra no universo propagado pelo misticismo. O qual fala de lugares e padrões de vida descontextualizados com o condicionamento que possuímos, os quais são fundamentados muitas vezes pelo condicionamento científico e filosófico que nos preenche e criam um padrão para o que é real e possível de provar.
Outro fator que interfere no contexto de contemplação e uma real descoberta de um universo totalmente inédito a racionalidade humana, é as constantes suposta “divergências” sobre assuntos místicos. Ou seja, se criam diversas interpretações, sobre um mesmo contexto, que no final acaba se chegando as mesmas conclusões, mas sempre dentro de cenários diferentes, já que uma concordância em certos assuntos, ferirão muitos interesses humanos. Diante do fato de não se chegar a um consenso comum de tolerância e analise de muitos fenômenos ainda longe do domínio do filho racional dos deuses, é que o misticismo (as religiões), criam e deixam transparecer um ponto fraco, que é muito bem explorado pela ciência e a filosofia, que a partir disso conseguem desenvolver argumentos que contestem a credibilidade de um fato místico, simplesmente porque pela lei do universo cientifico e filosófico, deve existir uma lógica concreta. Dando a entender aos leigos, a idéia que isto representa uma verdade absoluta. Mas devido ao nosso condicionamento, acreditamos nisto sem muito refletir sobre se este processo realmente trás uma certeza absoluta de um fato (é lógico que isto já foi questionada e ainda é, mas então no que acreditar?).   
Por este motivo, a recepção que temos dos conhecimentos místicos, é interpretado como uma grande lenda, quando a principio deveríamos os desbravar para alcançar as repostas fora do padrão que buscamos, para lhe darem sentido dentro do padrão condicionante que nos acorrenta. É por este motivo, que a visão do Librorum Prohibitorum não é filosófica, pois, ele não busca apenas na racionalidade humana as explicações para o que atormenta os seres da quinta raça, mas explora as entrelinhas de universos considerados como lendas. O que é incompatível com a filosofia, que vê nas lendas, uma explicação superficial e imperfeita da realidade. Porém, a explicação explorada pelo livro proibido, não esta na simples interpretação, mas em pequenos detalhes, que só podem ser percebidos e analisados, quando inter-relacionados a outras lendas de povos que antes nunca se cruzaram em sua trajetória existencial.   
Alterar o padrão de vislumbre do mundo humano, é afrontar forças que vingaram a partir dele, e se enraizaram no cotidiano do ser da quinta raça. Então o passado é sempre a biblioteca do futuro. Pois, lá estão as respostas que forjam o passado e ditam as regras para as perspectivas do futuro. O que foge a isto, ou é proposital (já esta previsto), para fingir que tudo mudou, mas nada se alterou na essência. Ou é um vetor que foi até imaginado, porém, que escapa ao controle do passado, pois é um fato inédito, que não se molda a ele, mas que é extremamente hostil a ele. Já que possui a força de realmente o superar.  
Mas toda ação gera uma reação (consequência), e este conhecimento como já foi tecido em portais anteriores, o ser humano conhece bem. Tanto é, que desenvolveu a ciência da História, para narrar e interpretar as ações humanas já ocorridas, para justamente encontrar respostas que expliquem porque o bem comum foi corrompido, e por este motivo evitar os fatos geradores que ocasionaram este afrontamento do bem comum. Porém, a  História, é uma ciência criada e manipulada pelo homem sapiens sapiens, ou seja, por “tabela”, também recebe a influencia de todo e qualquer tipo de condicionamento que sofre o homem. E por este motivo, pode se tornar imperfeita, se caso servir de ferramenta ao interesse de uma anomalia humana. 
No entanto, o ato de recordar o que aconteceu, é uma ação natural da psique humana, que justamente funciona como guia norteadora de suas ações. A ponto de criar um complexo raciocínio, que permite muitas vezes o ser humano, prever (antecipar mentalmente) acontecimentos, e a partir disso decidir ou não se vai concretizar sua intenção que gerou todo o seu raciocínio que antecipa suas ações. Ou seja, a História, em seus mais diversificados níveis de contemplação, é o passado que forja o presente para produzir um futuro pré-objetivado, mas nunca dentro de uma convicção extrema. Pois, toda ação, mesmo bem controlada, gera ações inevitáveis e inéditas para a contemplação humana. E é estes fatos inéditos, que tentam os homens, pois, eles não os prevêem, mas os esperam, quando algo sai errado. Que lógica ou filosofia explica isto. 
Diante disto, se observa que o homo sapiens sapiens não é um ser ignorante a ponto de desconhecer seu condicionamento. Por este motivo é que existem os seres que recebem o status de anomalia. Pois, não são pessoas desprovidas de inteligência e conhecimento de regras (com exceção dos portadores de desvios mentais, os quais observam o mundo e se comportam dentro de um contexto patológico totalmente comprometido ao padrão psicológico).
Se o homem desprovido de problema mental, possui esta capacidade de prever as consequências e até ser tentado por um possível acontecimento inusitado a seu favor ou não (sorte), então, porque seus atos continuam tão imperfeitos, geradores de consequências terríveis a sua própria sobrevivência?
Porque superficialmente e parcialmente equivocada, se analisa que a anomalia vê a morte como o fim. Não como o inicio de um horizonte novo. Por isto, vivem como se o presente fosse o seu ultimo dia. Refletem, questionam, mas não conseguem praticar o que raciocinaram. Até acreditam em outras realidades, mas seu condicionamento é extremamente conflitante e radical. Isto ocorre, porque ela vive o antagonismo, na perspectiva involuntária de se satisfazer da justiça aos moldes do que já é pregado (só que a seu favor), e não em um contexto novo. Rompe a submissão tácita ao bem comum, para ela ser o senhor de um novo bem comum ditado pela perspectiva antagônica criada em sua mente repleta de imperfeições e disfarçadas de “boas intenções”, mas longe de buscar isto e de ser uma mente rebelde.
No entanto, a anomalia é um produto complexo, de um passado que convive com o futuro, e transmuta o presente, em um ciclo de eterna convivência ao passado corrompido por ações, que se propagam sem fim. Porque não são dizimadas da consciência humana.  Porque a anomalia é o resultado da essência de um câncer, que a sociedade ao invés de tratar com ações radicais, a trata com hipocrisia. Ou seja, não pode se referir a tal fato (câncer), mas pode-se involuntariamente o praticá-lo, pois poucos são os que o percebe a essência cancerígena, mas são muitos que acham certos cuidados a isto, uma grande besteira.
O futuro do homem, é uma consequência devastadora de sua hipocrisia, construída em seu passado.  No entanto ele sabe disso, possui ferramentas para acabar com isto, mas no entanto, prefere conviver com isto. Pois, é portador de uma pax tangida pela virtú que lhe corrompe sua ação, já que ela lhe fornece alternativas para conviver aos moldes da satisfação de um mundo sem perspectiva de uma realidade harmônica, mas que hipocritamente, consegue se ocultar no próprio contexto de quem prega misticamente um novo horizonte. Herege é a pessoa que percebe isto. E excomungado é o destino do ser que afronta esta circunstancia.
Tecer sobre o futuro dos homens, é falar sobre os fatos que guiam o bem comum e consequentemente onde tudo irá terminar. Então se caminha pelos caminhos místicos, e reconhece que eles buscam fundamentar a harmonia do bem comum. Mas o problema é que existem várias doutrinas místicas, que propagam seus ensinamentos de várias formas e guiados por vários interesses. Independente de quem acredita ou não, uma coisa é padrão. O homem deve possuir uma conduta de paz, justiça e sabedoria (a qual, é pregado por todas as doutrinas místicas!). Porém, os que acreditam nessas doutrinas, não percebem isto, já que muitos já rompem com seu superficial conhecimento e sabedoria, estes três fundamentos do bem comum, ao criticar e rotular com calunias infundadas e muitas vezes não pertinentes a uma verdade filosófica, a doutrina mística diferente da qual segue. Ou seja, ao invés de buscar o condicionado bem, pregam o mal que a propósito é combatido por sua respectiva doutrina, ao desrespeitar a outra doutrina.
Se confunde a doutrina com a ação de uma anomalia humana, que usa a religião para se tirar proveito, criando uma imagem que a doutrina é ruim. Quando na verdade, é o seu propagador, que pouco propaga da essência real dela.
É neste contexto, que se percebe o condicionamento direcionado recebido por um ser, ditado por outro. Pois, se o ser não consegue, ver e separar o homem imperfeito do universo que esta contaminando ao representar, é porque este ser é tão imperfeito quanto aquele que esta sendo valorado e vinculando a que supostamente se desconhece em sua real essência.
São as doutrinas religiosas que propagam profecias e conhecimento sobre o futuro do homem. Os quais sempre possuem como destino a morte. No entanto, falam do passado, o qual pesará numa posterior realidade. Mas este passado se corrige no presente.
Independente de religião. O que é pregado pela religião, é também explorado em outros contextos pela Ciência da Ética, Moral e Cívica, Sociologia, Psicologia,.., influencia? Talvez sim, não, talvez,..., ou seja, o ponto chave é o bem comum. O mesmo defendido pelo ateu, que propaga o que a religião quer em essência de organização e relacionamento social, mas sobre outra visão apartada do misticismo.
Isto é comum a todos, porque todos sabem, que se o passado continuar se repetindo imperfeito e sem correção, o presente se contamina, e o futuro se confirmará como uma profecia previsível, até para quem não acredita nela.
O passado do futuro, é um estado abstrato de condicionamento temporal, que é e será sempre a fonte para se contextualizar dentro de uma superficial e imprecisa previsão, devido a complexidade que envolve vários vetores, explicados e previsíveis, e vetores inexplicáveis e imprevisíveis.
Para imaginar o futuro é necessário ver seu reflexo no passado, pois, o cenário e as personagens mudam, mas história continua a mesma, mesmo sendo contada diferente. Isto representa um ciclo vicioso, que possivelmente só poderá ser rompido, se aparecerem alternativas para explicar um novo mundo que diariamente entramos em contato, mas que duvidamos dele.
Longe de ser uma defesa ao misticismo, e tão pouco de ser um critico as ciências e filosofias, mas só a união entre estas manifestações da racionalidade humana no que tange todos os sentidos, seria capaz de desvendar o que não se entende. Já se caminha para isto. Mas existe uma resistência a isto, que mais parece proposital a defender interesses, do que ser por ignorância. Mas um motivo existe. E pouco se comenta sobre ele, apesar disso transcender o fato e expressar-se sem palavras.
É no passado que está a resposta, para quem se preocupa com o futuro. A ciência desmistificou muitas coisas que posteriormente revolucionou o pensamento e o mundo. Contemporaneamente a ciência finge ignorar o que o homem não entende “misticamente”. Por que? Que futuro quer se proteger em ocultar os segredos do passado?
São questões que não se consegue responder superficialmente e com qualquer informação. Mas são questões que não se deve fazer a quem possui estas respostas. Pois, o passado já mostrou o que pode acontecer, e este é um futuro que uma minoria não quer.

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