Tudo
que foi tecido até então, foi desenvolvido por um ser humano, desprovido de
sabedoria sobrenatural e que vive e convive com um cotidiano humano todos os
dias, sendo influenciado diretamente e indiretamente por este cotidiano. Que
apesar de estar distorcido, é o universo real e palpável em sua essência
existencial.
Em
relevância a este fato é de fundamental importância para a compreensão deste
livro proibido, que o leitor contemple a realidade, que o mundo ideal se
diferencia do real. Pois, sendo eu um mortal, possuo sentimento e ponto de
vista, mesmo tentando ser abrangente, se torna notório para qualquer
especialista que o que escrevo reflete indiretamente e involuntariamente uma tendência,
uma linha de pensamento. Sendo assim, ganha notoriedade que diversas
observações que demonstrei, tendem a se contradizerem ou recaírem em um
contexto de suposta impossibilidade, motivada pelos próprios desafios que o
antagonismo e a complexidade das ações e reações dispõem.
Diante
disto, saibam que este livro proibido, em sua disposição inicial, não carregava
em suas linhas uma disposição condicionada como benévola, tolerante e da busca
pela compreensão da verdade abrangente, como hoje se dispõe, (mas que logo estará
superada), já que estes pensamentos, são filho de um ser em evolução, que
apreende e observa o cotidiano, e por este motivo, tenta corrigir as
imperfeições (que são varias), dos pensamentos aqui contidos e por você
explorados.
Inicialmente,
estes pensamentos buscavam a satisfação da honra, encravada numa superficial
justiça, afrontante da justiça corrente. Mas, que de certa forma satisfaziam o
interesse velado da população. Porém, era uma justiça baseada na vingança, no
derramamento de sangue, intolerância e na justificação disso tudo. No entanto,
com o desenvolver do pensamento em direção da busca pela manutenção da
sobrevivência, ocorreu uma noção nova, que não se combate o condicionamento mal
com ações maléficas e nem com o mal disfarçado de bem. Observei que não se
combate o mal, se explora o bem no propagador do mal. No entanto não raro, é
ainda observar nos propileus, ações de resposta ao mal que pouco evoluíram no
caminho desta condição, devido a complexidade e bloqueios condicionantes que
impedem uma visão mais contemplativa e evolutiva de um ser consciente.
Consciente
destas imperfeições, no contexto desta obra sempre foram buscados novas
alternativas para encontrar soluções que as diminuíssem ou as corrigisse,
porém, sempre recaia no contexto místico, da fé e do medo. Percebi, que estou
condicionado a reagir com repudio daninho e hipócrita as ações que afrontam o
bem comum. E desta forma expresso em linhas, mais um desabafo contra o que eu
julguei estar errado, do que propriamente desenvolver algo novo, capaz de
promover uma suposta revolução no que tange a consciência de uma sobrevivência
harmônica.
E
como humano que sou, me decepciona descobrir, que tudo que escrevi, já foi
escrito, e até compactado pelas doutrinas religiosas e filosofias, porém com
palavras diferentes e interpretações mais sabias e abrangentes que as que até
aqui foram expressadas. Se plágio ou não, é ai que descobrir, o quanto a
percepção cerebral é eficiente, pois ela capta as entrelinhas de tudo e de
todos que entramos em contato, sem se quer existir uma ação voluntaria para a
percepção disso tudo. Ou seja, uma figura, musicas, o simples foliar de um
livro, são o suficiente para propagar o conhecimento e as tendências
ideológicas de uma pessoa, disposta indiretamente e involuntariamente no
contexto de sua obra literária ou cinematográfica, a ponto de serem captados, e inter-relacionado
a um pensamento complexo, que molda e condiciona nosso pensamento, independente
de um interesse maior. Somos humanos, nossa sobrevivência se liga por múltiplos
caminhos.
O
conhecimento circula, e por este motivo é captado, não importando o seu veiculo
de propagação. Diante desta condição, verifiquei que o que recebemos
indiretamente e involuntariamente, vai nos preenchendo, até que um dia, por
algum motivo, ele desperta como se fosse algo que sempre esteve presente em
nós. Motivado por este fenômeno, buscamos complementar aquele conhecimento, e a
partir dele, descobrimos nossas imperfeições, em vários setores de nossa vida,
além de descobrir que o que parecia um horizonte novo, era na verdade um
horizonte que já existia. Porém, esta resposta, que deveria decepcionar seu
descobridor, causa alegria, pois, é através de um velho horizonte, que é
possível, ver o que poucos observam. É a partir de antigas experiências e
visões, que até hoje ainda são validas, que se pode criar algo realmente novo e
útil. Esta nova observação, nos permite então identificar de forma mais rápida
e abrangente nossas imperfeições, e consequentemente possibilitando
corrigi-las.
Então,
percebi que este livro proibido, é uma grande reflexão de três décadas,
disponibilizada em uma compreensão de segundos, mas imperfeita, pela resumida
forma que esta sendo expressada. Mesmo se tentando ultrapassar os limites da
superficialidade que são ocasionadas pela imperfeição e limitações das letras e
palavras que não conseguem recepcionar o pensamento de forma coerente e
contemplativa, ao nível do que estou pensando agora.
A
grande imperfeição que verifiquei, foi que não consegui corrigir as
contradições de meus pensamentos, não encontrei uma alternativa para se
desvincular da contaminação pelos diversos agentes condicionantes que me
corrompem indiretamente e involuntariamente no cotidiano de minha estrada.
Porém, até este presente momento, observo que é através dos infinitos
conhecimentos que me corrompem, que consigo evoluir e achar caminhos para as
respostas que acho que procuro.
Foram
as imperfeições alheias, que possibilitaram o reconhecimento de meu pensamento
imperfeito. A anomalia em seus exemplos, me mostraram a anomalia que eu sou, e
que eu possa ser, se caso não conseguir corrigir os meus pontos de vista e
maneiras de combater o que por mim e pela sociedade é repudiado.
Como
já citei em parágrafos anteriores, os textos que estão sendo lidos, nem sempre
foram assim, eles pareciam mais com um grande incentivador do caos e do terror,
no contexto de um levante contra o que é concebido como mal. Este livro, ainda
carrega traços destes tempos. Porém, o que resta esta em evolução.
Mas
não me arrependo disto, pois, descobri que o grande erro meu e de meus iguais,
é o fato de desconhecermos o mal. E por esta consciência leiga, não
conseguimos combatê-lo, sem o utilizá-lo
como arma principal. Isto é tão evidente, que a nossa própria forma de se
dirigir ao mal, já é extremamente hostil. E por contradição, a hostilidade, é
algo pregado como mal em nossa sociedade. Sei que esta sendo complexo
compreender isto. Porém, se servir de consolo, eu só consegui compreender isto,
ao explorar os pensamentos mais malignos que estavam dentro de mim, que foram
dispostos nos primeiros ensaios deste Librorum Prohibitorum.
Os
quais, apesar de buscarem uma suposta justiça, já que se revertiam contra as
anomalias, possuíam como essência, todo o mal que se estava combatendo. Ou
seja, “olho por olho, dente por dente”. Porém, depois de algum tempo,
verifiquei que existe no homem uma essência má, mas que ela pode ser
controlada, e que por mais absurdo que seja, ela possui uma função. No entanto,
é uma função pedagógica, se levar em conta o atual estagio de evolução da
humanidade.
Quando
comecei escrever, buscava o objetivo de ser útil, de aproveitar o que eu acho
que é um dom em mim, a serviço de melhorar e aperfeiçoar o caminho da
sobrevivência, porém, não sei se o meu dom de escrever, possui esta capacidade
tão abrangente assim. Eis, que a vejo imperfeita, carente de conhecimentos mais
apurados e ainda condicionado ao tempo.
Pois,
inspirações existem, surgem, mais nem sempre são registradas. Prefiro acreditar
que quando ocorre isto, é porque estes pensamentos estão ainda falhos. Isto
ocorre porque, não gostaria de ver meus pensamentos ainda portadores de alto
graus de falibilidade, contradições e condicionamentos ainda não detectados,
serem lidos cegamente e sem devida
contemplação destas falhas. Eis que não quero que aqueles que hoje estão lendo
e os futuros que irão desbravar estes propileus, que façam o mesmo que muitos
fazem com a Bíblia, Al Corão, Vedas, as obras de pensadores universais,..., ou
seja, longe de comparar o que escrevi com a imensa sabedoria expressada nestes
documentos universais, mas com a simples preocupação de alertar que a
imperfeição não existe só em um documento, mas sim na observação de quem o
percebe, e mesmo assim, o aceita como verdade absoluta, sem se quer ter o dever
de alertar sobre a imperfeição encontrada.
Independente
de ter sido um ser humano ou sobrenatural que escreveu algo, é necessário
perceber, que certas condições se alteram conforme o homem evolui, e por este
motivo as imperfeições e contradições devem ser apontadas e postas em
questionamento, para que aquela imperfeição encontrada, guie o ser para o
caminho de tentar corrigi-la aos moldes da nova contemplação evolutiva do
homem. Porém, sempre guiada pelo real bem comum, harmonia e manutenção da
sobrevivência dentro do processo de ação e reação. Como também tomar cuidado
com anomalia que supostamente percebe uma imperfeição ou até uma imperfeição
inexistente, e busca a partir disso tirar proveito para satisfazer seus
interesses.
Imperfeições,
tudo que for feito e interpretado pelos filhos da geração de ferro, irá
possuir. Não diferente ocorre com este livro. No entanto, apontar isto, deveria
ser uma atitude de perfeição, pois, se eu busco evoluir, é necessário que se
corrija as imperfeições presentes em mim primeiramente, e em meus pensamentos
que propago consequentemente.
O
Librorum Prohibitorum é uma grande imperfeição em busca do sonho da perfeição,
que passa pelos infinitos fios da Teia da Vida e do complexo universo da
sobrevivência humana. Pois, quanto mais o homem vive e sobrevive, mais ele
aprende, ensina e se corrige.
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