O
ser humano se condicionou a entender o que lhe cerca a partir de sua realidade.
Este fato gerou uma falsa ideia de que uma informação para ser real ou
verdadeira deve seguir uma linha de raciocínio e literalidade que se enquadre
dentro de um contexto padrão, geralmente ditado ou pela religião ou pela
ciência.
Porém,
o curioso é que uma contempla a outra. Ou seja, uma fornece norte para outra.
Porque o que é magia para a religião vira tecnologia para a ciência. Dentro de
um contexto em lato sensu, estas duas áreas de contemplação dos fenômenos que
permeiam a realidade humana, descrevem um mesmo objeto com expressões e pontos
de vista diferentes. Não tão diferente. Pois, a ciência torna um fenômeno
compreensivo ao contexto prático. Já a religião explica este mesmo fenômeno com
uma linguagem metafórica e analógica que de certa forma, para um ser de ampla
contemplação se resume a um mesmo senso comum.
O
problema que a ciência e a religião são irmãs gêmeas criadas por pais
diferentes. Onde elas não são diferentes, mas sim são seus pais que dizem que
elas são contraditórias.
Segundo
a fé cristã e judaica, Deus criou o mundo em sete dias. Sendo que antes era
tudo escuridão até que se fez a luz. Já a ciência compartilha da mesma opinião
só que com uma explicação diferente. Ou seja, no inicio dos tempos o espaço era
um vazio por onde vagava uma imensa concentração de energia até que ocorreu uma
grande explosão (luz) o Big Bang. Para os cristãos o homem foi o último ser
vivo criado, por coincidência ou não, a ciência considera o ser humano como um
dos animais mais recente a surgir na Terra.
São
muitos exemplos que poderiam ser utilizados, não apenas no contexto cristão,
mas na linha de outras tendências místicas. O problema que esta análise quanto
mais aprofundada, mais a religião sofre os efeitos. Pois, superficialmente se
cria a ideia que uma existência divina não exista. Quando dentro de uma
contemplação abrangente é verificado espontaneamente e de forma real mas não
passível de explicação pela racionalidade científica e filosófica, que existe
um padrão de acontecimentos que desperta a curiosidade científica e alimenta
doutrinas místicas.
Este
padrão transcende a ideia doutrinaria divina, e se propaga a uma essência
divina. Um mistério e desafio para a ciência que transcende a Teoria dos Antigos
Astronautas. Pois, até estes se utilizaram de uma noção divina para camuflar
sua relação com os primitivos humanos. Seres com um desenvolvimento tecnológico
extremamente desenvolvido para a sua época se passando por deuses? A questão
não é o por quê? Mas o que o inspirou? Pois entre os astecas existiam os deuses
e o criador que estava acima em poder e hierarquia aos primeiros. A ideia de um
ser divino ou uma energia que se compartilha e convive não é exclusiva a nós,
seres tecnologicamente e filosoficamente inferior.
As
gêmeas ciências e religião não podem conviverem separadas simplesmente porque
seus objetivos se diferem, (ou melhor, não se diferem, porque tanto uma como
outra, buscam formas de melhorar a existência humana). O problema, são os
seguidores mais exaltados dessas formas de contemplar a realidade. Já que a
cegueira é o principal mecanismo que fundamenta vê-las diferente.
Este
argumento é frágil, no entanto é um contexto que só é observado por quem soube
tirar proveitos dos conhecimentos fornecidos pelas duas e interligá-los para
chegar a um ponto comum. É da natureza desse procedimento, o contato com um
universo que transforma o que não entendemos em conhecimentos tão simples e
óbvios, que nos fazem perceber o quanto o ser humano é responsável pelas ações
que se voltam contra eles (nós). Tudo porque analisa o complexo sem confiar no
contexto que este complexo é recepcionado. Ou seja, simplesmente porque não se
vê ou outra pessoa sente, não é aceito. No entanto, a formas de energias que
para poder entender, deve-se aprender a sentir em todas suas formas. Pois, ela
não é visual ou auditiva. Mas se expressa como elemento provedor de ações e
reações. Porém, é essência. E essência se compreende utilizando os seis
sentidos humanos ao mesmo tempo. Não é exoterismo, misticismo ou ciência. É
como a recepção que entramos em contato que se expressa em presságios, sonhos,
sensações de perigo ou de confiança,... ocorre naturalmente. Todos presenciam
isto intimamente. Porém, alguns ignoram, outros relevam,... ou seja, deixam
doutrinas condicionarem a forma de se relacionar com o mundo.
Não
se nega a ciência e nem a religião. Busca nelas elementos para desenvolver a
sabedoria de descobrir o que a nossa criatividade não contemplou e a
transformar em racionalidade útil para um fim que desvendem os mistérios da
vida e traga alento a vida dos homens.
Houve
um tempo em que a ciência criticou a análise e reflexões humanas por que estas
se prendiam a ideia: o que o homem conseguia explicar é ciência e o que não
consegue faz parte do sobrenatural. Esta mesma crítica entendia que o que a
ciência não explicou e motivado pela falta de tecnologia e pensamentos capazes
de recepcionar o “sobrenatural”. Então se negava a fé.
Mas era um tempo de trevas, onde a igreja tinha um
poder que sufocava a liberdade de expressões dos homens. No entanto os tempos
são outros e o pensamento científico esta certo. Porém, ele não considera um
vetor dessa consideração. Somos seres cíclicos, formados por elementos cíclicos
em um contexto de interligações. Tudo a nossa volta se relacionam a nós. Porque
o ser superior usa os elementos compatíveis ao que ele criou. Se não fosse
assim, o “sobrenatural” sequer seria notado.
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