segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

IRMÃS GÊMEAS


O ser humano se condicionou a entender o que lhe cerca a partir de sua realidade. Este fato gerou uma falsa ideia de que uma informação para ser real ou verdadeira deve seguir uma linha de raciocínio e literalidade que se enquadre dentro de um contexto padrão, geralmente ditado ou pela religião ou pela ciência.
Porém, o curioso é que uma contempla a outra. Ou seja, uma fornece norte para outra. Porque o que é magia para a religião vira tecnologia para a ciência. Dentro de um contexto em lato sensu, estas duas áreas de contemplação dos fenômenos que permeiam a realidade humana, descrevem um mesmo objeto com expressões e pontos de vista diferentes. Não tão diferente. Pois, a ciência torna um fenômeno compreensivo ao contexto prático. Já a religião explica este mesmo fenômeno com uma linguagem metafórica e analógica que de certa forma, para um ser de ampla contemplação se resume a um mesmo senso comum.
O problema que a ciência e a religião são irmãs gêmeas criadas por pais diferentes. Onde elas não são diferentes, mas sim são seus pais que dizem que elas são contraditórias.
Segundo a fé cristã e judaica, Deus criou o mundo em sete dias. Sendo que antes era tudo escuridão até que se fez a luz. Já a ciência compartilha da mesma opinião só que com uma explicação diferente. Ou seja, no inicio dos tempos o espaço era um vazio por onde vagava uma imensa concentração de energia até que ocorreu uma grande explosão (luz) o Big Bang. Para os cristãos o homem foi o último ser vivo criado, por coincidência ou não, a ciência considera o ser humano como um dos animais mais recente a surgir na Terra.
São muitos exemplos que poderiam ser utilizados, não apenas no contexto cristão, mas na linha de outras tendências místicas. O problema que esta análise quanto mais aprofundada, mais a religião sofre os efeitos. Pois, superficialmente se cria a ideia que uma existência divina não exista. Quando dentro de uma contemplação abrangente é verificado espontaneamente e de forma real mas não passível de explicação pela racionalidade científica e filosófica, que existe um padrão de acontecimentos que desperta a curiosidade científica e alimenta doutrinas místicas.
Este padrão transcende a ideia doutrinaria divina, e se propaga a uma essência divina. Um mistério e desafio para a ciência que transcende a Teoria dos Antigos Astronautas. Pois, até estes se utilizaram de uma noção divina para camuflar sua relação com os primitivos humanos. Seres com um desenvolvimento tecnológico extremamente desenvolvido para a sua época se passando por deuses? A questão não é o por quê? Mas o que o inspirou? Pois entre os astecas existiam os deuses e o criador que estava acima em poder e hierarquia aos primeiros. A ideia de um ser divino ou uma energia que se compartilha e convive não é exclusiva a nós, seres tecnologicamente e filosoficamente inferior.
As gêmeas ciências e religião não podem conviverem separadas simplesmente porque seus objetivos se diferem, (ou melhor, não se diferem, porque tanto uma como outra, buscam formas de melhorar a existência humana). O problema, são os seguidores mais exaltados dessas formas de contemplar a realidade. Já que a cegueira é o principal mecanismo que fundamenta vê-las diferente.
Este argumento é frágil, no entanto é um contexto que só é observado por quem soube tirar proveitos dos conhecimentos fornecidos pelas duas e interligá-los para chegar a um ponto comum. É da natureza desse procedimento, o contato com um universo que transforma o que não entendemos em conhecimentos tão simples e óbvios, que nos fazem perceber o quanto o ser humano é responsável pelas ações que se voltam contra eles (nós). Tudo porque analisa o complexo sem confiar no contexto que este complexo é recepcionado. Ou seja, simplesmente porque não se vê ou outra pessoa sente, não é aceito. No entanto, a formas de energias que para poder entender, deve-se aprender a sentir em todas suas formas. Pois, ela não é visual ou auditiva. Mas se expressa como elemento provedor de ações e reações. Porém, é essência. E essência se compreende utilizando os seis sentidos humanos ao mesmo tempo. Não é exoterismo, misticismo ou ciência. É como a recepção que entramos em contato que se expressa em presságios, sonhos, sensações de perigo ou de confiança,... ocorre naturalmente. Todos presenciam isto intimamente. Porém, alguns ignoram, outros relevam,... ou seja, deixam doutrinas condicionarem a forma de se relacionar com o mundo.
Não se nega a ciência e nem a religião. Busca nelas elementos para desenvolver a sabedoria de descobrir o que a nossa criatividade não contemplou e a transformar em racionalidade útil para um fim que desvendem os mistérios da vida e traga alento a vida dos homens.
Houve um tempo em que a ciência criticou a análise e reflexões humanas por que estas se prendiam a ideia: o que o homem conseguia explicar é ciência e o que não consegue faz parte do sobrenatural. Esta mesma crítica entendia que o que a ciência não explicou e motivado pela falta de tecnologia e pensamentos capazes de recepcionar o “sobrenatural”. Então se negava a fé.
Mas era um tempo de trevas, onde a igreja tinha um poder que sufocava a liberdade de expressões dos homens. No entanto os tempos são outros e o pensamento científico esta certo. Porém, ele não considera um vetor dessa consideração. Somos seres cíclicos, formados por elementos cíclicos em um contexto de interligações. Tudo a nossa volta se relacionam a nós. Porque o ser superior usa os elementos compatíveis ao que ele criou. Se não fosse assim, o “sobrenatural” sequer seria notado. 

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