Na contemporaneidade que teço estas
complexas ou superficiais observações sobre o mundo dos homens que por efeito é
o meu também. Infelizmente sou tocado por uma constante e cotidiana falta de fé
no meu semelhante. Mesmo existindo alternativa para reverter esta condição. No
entanto, estas alternativas parecem se afastarem cada vez mais do homem, mesmo
estando tão próximas e simples de serem contempladas.
Esta minha falta de fé se reverte ao
contexto que se vincula as novas gerações de homens. Mesmo tendo a consciência
que não é um padrão homogêneo. Mas que se propaga cada vez mais rápido sem
escolher nível social e intelectual devido ao fator condicionamento.
Então observo a partir disso uma
preocupante união da ignorância com o condicionamento, que se agrava mais
intensamente nas pessoas que possuem a carência natural de conhecimentos e
sabedoria. Justamente porque estão em um intenso processo de evolução e
metamorfose.
É crítico se deparar com jovens
esperanças para a humanidade que possuem uma capacidade de atenção,
compreensão, observação e interpretação expressadas no contexto de sua
existência tão imperfeitas e a nível tão baixo, se comparado ao padrão definido
cientificamente no que tange suas idades. Mesmo considerando os diversos
vetores que permeiam a trajetória vital desses seres humanos.
Mas na matriz destes problemas se
identifica fatos geradores que não se ligam exclusivamente as intimidades
pessoais como é creditada em grande parcela como causas da deficiência do
desenvolvimento intelectual. Mas isto serve para ocultar a imposição da
manipulação que se reflete nos resultados da ineficiência do ensino
contemporâneo. Que a propósito pode ser um excipiente que carrega o processo de
condicionamento nocivo.
Prefiro acreditar que existe um erro
nas estratégias e projetos educacionais. Do que levantar a hipótese de suspeita
que esta se propagando a ignorância intelectual. Ou seja, os programas
educacionais se preocupam em atender conceitos teóricos e impor uma quantidade
enorme de informações específicas, que muitas vezes buscam atender perspectivas
políticas, teóricas, administrativas e convencionais. Mas que pouco desenvolvem
a real condição de dar base para o desenvolvimento racional humano. Pois, o ser
humano forma sua estrutura racional conforme sua capacidade de recepção de
conhecimento, vinculado diretamente a sua idade biológica.
É neste sentido que observei que não
se respeita mais o desenvolvimento básico da comunicação matriz. Ou seja, se
limitou em tempo e conteúdo o ensino das línguas. Um exemplo é o ensino da
língua portuguesa no Brasil. Pois, ao invés de se explorar todos os assuntos
fundamentais da linguagem no primário como era feito a décadas atrás. No
entanto, o que ocorre atualmente é que o aluno passa cinco anos no ensino
fundamental séries iniciais, e quando saem dele, se quer conseguem ler e
escrever direito. E o pior é que os que conseguem, apenas lerem e escrevem.
Porém, sem interpretar e entender o que vislumbraram.
No entanto, o que é mais grave é
vivenciar a situação em que esses mesmos alunos que mal conseguem apreender a
ler e escrever o português nas series iniciais, ainda são obrigados
paralelamente a estudar uma segunda língua.
Dentro de uma ideia de levar o
conhecimento, até é aceitável isto. No entanto é incompatível com a prática.
Pois, o ser primeiro deve possuir concretizados os conhecimentos de uma língua
matriz. O qual se dominada será a principal ferramenta para se contemplar
outros conhecimentos. Porém, se faz o contrario. Se enche de conhecimento o
ser, antes deste ter as ferramentas para o dominá-lo.
Não respeita mais os estágios de desenvolvimento
intelectual. Sendo que é muito suspeito a atitude de fornecer conhecimentos,
mas ao mesmo tempo de forma oculta limitar a eficácia dos conhecimentos básicos
que permitem entender plenamente os futuros conhecimentos e informações que
virão. E o mais assustador é que as doutrinas que mais pregam a liberdade e a
igualdade, são as que mais se utilizam da quantidade em relação a qualidade do
ensino de ciência fundamentais.
Pois, é fácil formar uma população
com a capacidade de apenas ler a “transparência
da sociedade”. Mas seria interessante um povo que analisasse a transparência do
governo ou de ações de grupos não governamentais ou de classe, no contexto do
seu livre raciocínio e não do pré-direcionado por órgãos e meios de
comunicações.
E neste contexto que temos pelas
novas gerações. Pois, possuim limitações no contexto da leitura. Já que não
entendem o que leram. Tão pouco interpretam além da palavra. E isto é muito
preocupante. Pois, no contexto de um alfabeto fonético, o desconhecimento de um
repertório amplo de palavras, de sua pontuação e das metáforas que ele carrega,
isto é analfabetismo. Já que o nosso alfabeto por ser fonético desenvolve a
observação sabia e profunda. É objetivo e isto é um ponto a ser explorado pela
manipulação, devido a sua fácil aprendizagem e manuseio.
Mas se o nosso alfabeto fosse
ideográfico, o seu ensino não poderia ser limitado a apenas ensinar a ler e
escrever sem um aprofundamento de técnica de escrita e interpretação. Isto
ocorre porque a complexidade da escrita ideográfica privilegia o raciocínio em
seu sentido amplo e não no sentido especifico como o nosso alfabeto.
Em um universo onde a principal
ferramenta de comunicação pode encobrir o condicionamento nocivo, é preocupante
o que foi observado, principalmente que este é aplicado no seio da formação das
gerações futuras.
O qual se agrava com as informações
indiretas repassadas em musicas, jogos eletrônicos, propagandas, filmes,
novelas, seriados, programas televisivos e outros que aproveitam-se dessa fragilidade
de interpretação desenvolvida nos seres em formação, para forjarem a alienação
com informações pré-definidas e direcionadas a um interesse e objetivo.
Esta é a nova geração. Uma geração
sem expressão própria. Que repete o que lhe é dito. E que se corrompem com
“drogas licitas”, que limitam suas ações naturais revolucionarias. As crianças
e os jovens, são recrutas involuntários de um exercito semi-autonomo. São os
principais elementos de um futuro com um horizonte que já esta raiando no
contexto de um eclipse.
Porém, “um dia antes de acabar o
mundo (20 de março de 2011)”, um raio de esperança cruzou o espaço onde me
fazia presente. Se coincidência ou não, no momento que concluía este pensamento
pessimista e de contexto questionável devido a paranóica observação. Eis, que
presenciei questionamentos feitos por jovens que a principio derrubaria toda a
hipótese levantada. Pois, teciam observações de contexto complexo sobre a
falaciosa profecia sobre o fim do mundo interpretada e expressada por religiosos
pentecostais evangélicos ianques, que estava causando um certo alvoroço nas
pessoas de análise limitada. Porém, pensei comigo que aquela discussão entre os
jovens tenha sido pré-direcionada pelos meios de comunicações. No entanto um
fato posterior me chamou a atenção, já que questionavam sobre a credibilidade
de palestrantes divulgadores de um curso oferecido por uma instituição que
apareceu em sua escola. Poderia ser uma preocupação comum, mas o que me fez ver
que era um questionamento diferente, embasados em outros elementos, foi o fato
gerador daquela discussão especifica. Já que partiu de erros cometidos no
contexto da apresentação feita pelos palestrantes. Ou seja, não foi porque
alguém disse que era um golpe, mas a perspectiva de um possível golpe surgiu
justamente no contexto das informações prestadas.
Se pertinente ou não, os jovens em
questões possuem dons artísticos (tocam instrumentos musicais), gostam de rock
progressivo, trabalham. Diferentes da maioria de seus colegas que não
perceberam as falácias das palestras que não possuem dons artísticos nenhum,
gostam de música sem fundamento lógico e convencionada a um ritmo padrão (funk,
dance,...), e que se doam de corpo e alma a prazeres.
Esta circunstância vivenciada, me fez acreditar que as pessoas poderão
lutar contra a ignorância profunda e proteger a sua própria existência sem
serem corrompidas em sua totalidade pelo que se propaga por quem conhece a
realidade e tira proveito dela.
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