sábado, 14 de dezembro de 2013

NOVA GERAÇÃO



Na contemporaneidade que teço estas complexas ou superficiais observações sobre o mundo dos homens que por efeito é o meu também. Infelizmente sou tocado por uma constante e cotidiana falta de fé no meu semelhante. Mesmo existindo alternativa para reverter esta condição. No entanto, estas alternativas parecem se afastarem cada vez mais do homem, mesmo estando tão próximas e simples de serem contempladas.
Esta minha falta de fé se reverte ao contexto que se vincula as novas gerações de homens. Mesmo tendo a consciência que não é um padrão homogêneo. Mas que se propaga cada vez mais rápido sem escolher nível social e intelectual devido ao fator condicionamento.
Então observo a partir disso uma preocupante união da ignorância com o condicionamento, que se agrava mais intensamente nas pessoas que possuem a carência natural de conhecimentos e sabedoria. Justamente porque estão em um intenso processo de evolução e metamorfose.
É crítico se deparar com jovens esperanças para a humanidade que possuem uma capacidade de atenção, compreensão, observação e interpretação expressadas no contexto de sua existência tão imperfeitas e a nível tão baixo, se comparado ao padrão definido cientificamente no que tange suas idades. Mesmo considerando os diversos vetores que permeiam a trajetória vital desses seres humanos.
Mas na matriz destes problemas se identifica fatos geradores que não se ligam exclusivamente as intimidades pessoais como é creditada em grande parcela como causas da deficiência do desenvolvimento intelectual. Mas isto serve para ocultar a imposição da manipulação que se reflete nos resultados da ineficiência do ensino contemporâneo. Que a propósito pode ser um excipiente que carrega o processo de condicionamento nocivo.
Prefiro acreditar que existe um erro nas estratégias e projetos educacionais. Do que levantar a hipótese de suspeita que esta se propagando a ignorância intelectual. Ou seja, os programas educacionais se preocupam em atender conceitos teóricos e impor uma quantidade enorme de informações específicas, que muitas vezes buscam atender perspectivas políticas, teóricas, administrativas e convencionais. Mas que pouco desenvolvem a real condição de dar base para o desenvolvimento racional humano. Pois, o ser humano forma sua estrutura racional conforme sua capacidade de recepção de conhecimento, vinculado diretamente a sua idade biológica.
É neste sentido que observei que não se respeita mais o desenvolvimento básico da comunicação matriz. Ou seja, se limitou em tempo e conteúdo o ensino das línguas. Um exemplo é o ensino da língua portuguesa no Brasil. Pois, ao invés de se explorar todos os assuntos fundamentais da linguagem no primário como era feito a décadas atrás. No entanto, o que ocorre atualmente é que o aluno passa cinco anos no ensino fundamental séries iniciais, e quando saem dele, se quer conseguem ler e escrever direito. E o pior é que os que conseguem, apenas lerem e escrevem. Porém, sem interpretar e entender o que vislumbraram.
No entanto, o que é mais grave é vivenciar a situação em que esses mesmos alunos que mal conseguem apreender a ler e escrever o português nas series iniciais, ainda são obrigados paralelamente a estudar uma segunda língua.
Dentro de uma ideia de levar o conhecimento, até é aceitável isto. No entanto é incompatível com a prática. Pois, o ser primeiro deve possuir concretizados os conhecimentos de uma língua matriz. O qual se dominada será a principal ferramenta para se contemplar outros conhecimentos. Porém, se faz o contrario. Se enche de conhecimento o ser, antes deste ter as ferramentas para o dominá-lo.
Não respeita mais os estágios de desenvolvimento intelectual. Sendo que é muito suspeito a atitude de fornecer conhecimentos, mas ao mesmo tempo de forma oculta limitar a eficácia dos conhecimentos básicos que permitem entender plenamente os futuros conhecimentos e informações que virão. E o mais assustador é que as doutrinas que mais pregam a liberdade e a igualdade, são as que mais se utilizam da quantidade em relação a qualidade do ensino de ciência fundamentais.  
Pois, é fácil formar uma população com a capacidade de apenas  ler a “transparência da sociedade”. Mas seria interessante um povo que analisasse a transparência do governo ou de ações de grupos não governamentais ou de classe, no contexto do seu livre raciocínio e não do pré-direcionado por órgãos e meios de comunicações.
E neste contexto que temos pelas novas gerações. Pois, possuim limitações no contexto da leitura. Já que não entendem o que leram. Tão pouco interpretam além da palavra. E isto é muito preocupante. Pois, no contexto de um alfabeto fonético, o desconhecimento de um repertório amplo de palavras, de sua pontuação e das metáforas que ele carrega, isto é analfabetismo. Já que o nosso alfabeto por ser fonético desenvolve a observação sabia e profunda. É objetivo e isto é um ponto a ser explorado pela manipulação, devido a sua fácil aprendizagem e manuseio.
Mas se o nosso alfabeto fosse ideográfico, o seu ensino não poderia ser limitado a apenas ensinar a ler e escrever sem um aprofundamento de técnica de escrita e interpretação. Isto ocorre porque a complexidade da escrita ideográfica privilegia o raciocínio em seu sentido amplo e não no sentido especifico como o nosso alfabeto.
Em um universo onde a principal ferramenta de comunicação pode encobrir o condicionamento nocivo, é preocupante o que foi observado, principalmente que este é aplicado no seio da formação das gerações futuras.
O qual se agrava com as informações indiretas repassadas em musicas, jogos eletrônicos, propagandas, filmes, novelas, seriados, programas televisivos e outros que aproveitam-se dessa fragilidade de interpretação desenvolvida nos seres em formação, para forjarem a alienação com informações pré-definidas e direcionadas a um interesse e objetivo.
Esta é a nova geração. Uma geração sem expressão própria. Que repete o que lhe é dito. E que se corrompem com “drogas licitas”, que limitam suas ações naturais revolucionarias. As crianças e os jovens, são recrutas involuntários de um exercito semi-autonomo. São os principais elementos de um futuro com um horizonte que já esta raiando no contexto de um eclipse.   
Porém, “um dia antes de acabar o mundo (20 de março de 2011)”, um raio de esperança cruzou o espaço onde me fazia presente. Se coincidência ou não, no momento que concluía este pensamento pessimista e de contexto questionável devido a paranóica observação. Eis, que presenciei questionamentos feitos por jovens que a principio derrubaria toda a hipótese levantada. Pois, teciam observações de contexto complexo sobre a falaciosa profecia sobre o fim do mundo interpretada e expressada por religiosos pentecostais evangélicos ianques, que estava causando um certo alvoroço nas pessoas de análise limitada. Porém, pensei comigo que aquela discussão entre os jovens tenha sido pré-direcionada pelos meios de comunicações. No entanto um fato posterior me chamou a atenção, já que questionavam sobre a credibilidade de palestrantes divulgadores de um curso oferecido por uma instituição que apareceu em sua escola. Poderia ser uma preocupação comum, mas o que me fez ver que era um questionamento diferente, embasados em outros elementos, foi o fato gerador daquela discussão especifica. Já que partiu de erros cometidos no contexto da apresentação feita pelos palestrantes. Ou seja, não foi porque alguém disse que era um golpe, mas a perspectiva de um possível golpe surgiu justamente no contexto das informações prestadas.
Se pertinente ou não, os jovens em questões possuem dons artísticos (tocam instrumentos musicais), gostam de rock progressivo, trabalham. Diferentes da maioria de seus colegas que não perceberam as falácias das palestras que não possuem dons artísticos nenhum, gostam de música sem fundamento lógico e convencionada a um ritmo padrão (funk, dance,...), e que se doam de corpo e alma a prazeres.     
Esta circunstância vivenciada, me fez acreditar que as pessoas poderão lutar contra a ignorância profunda e proteger a sua própria existência sem serem corrompidas em sua totalidade pelo que se propaga por quem conhece a realidade e tira proveito dela.

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