Para
o leigo o futebol não passa de um mero jogo que desperta amor em alguns e
repúdio em outros. Basta observar comentários a favor ou contra nas redes
sociais ou no mundo real. No entanto, são estas observações leigas que
corrompem a identidade real do futebol, já que, ele é uma atividade econômica.
Atividade
econômica?
Sim.
O futebol é a modalidade esportiva que melhor se adaptou aos interesses
capitalistas. Sendo assim, ele deixou a muito tempo de ser um mero espetáculo
esportivo, para ser um dos investimentos econômicos mais lucrativos do mundo.
Por
que?
O
time de futebol é uma empresa (com CNPJ, contribuinte e com status privado
lucrativo), ou seja, em um clube trabalha em média em torno de 70 a 520
profissionais (jogadores, técnicos, massagistas, fisioterapeutas, psicólogos,
agentes administrativos, auxiliares de serviços gerais,..., ou seja, um grupo
bem diversificado de funcionários), dependendo do poderio econômico do mesmo.
Se
uma instituição (empresa) tem que manter um número grande de funcionário, é
porque possui um fluxo grande de recursos que advêm (torcida, publicidade,
parcerias, empréstimos e vendas de jogadores, venda de produtos do clube,
imagem,...). Ou seja, se fosse só um jogo, uma atividade fútil como já escutei
pseudos-intelectuais comentarem, existiria tanto fluxo financeiro correndo no
futebol? Para pensar.
Quanto
que é o fluxo?
Só
o Barcelona movimenta quantia superior ou equivalente ao orçamento anual de
países como Serra Leoa, Taiti,... Mas estamos no Brasil, neste contexto como
exemplo, só o Atlético Paranaense movimenta um fluxo superior ao orçamento de
cidades com mais de cem mil habitantes como é o caso de Almirante Tamandaré-Pr
(RMC).
Mas
que recursos o futebol trás para o Brasil?
De
forma bem sucinta, e como exemplo só a venda do Neymar e do Bernar trouxeram
para mais de cem milhões de reais, ou seja, com apenas 2 jogadores. Some este
valor a outras vendas e transações de empréstimos para o exterior.
Para
uma montadora atingir um valor desse, quantos carros teriam que ser vendidos
para fora?
Este
fluxo de recursos gera efeitos em outros setores da economia: calçados, roupa,
alimentos, bebidas, suplementos, mídia, segurança, hotelaria, gráfica,..., ou
seja, pessoas (trabalhadores) de outros setores da economia se beneficiam com o
mundo do futebol.
Mas
a questão é que o futebol também tem seu lado social, pois, as categorias de
base dos clubes conseguem dar uma função a muitos jovens, que se não estivessem
jogando poderiam estar na rua aprontando,...
Porém,
o futebol no Brasil é diferente do europeu, e é por este motivo que o futebol
em nosso país não tem credibilidade ou é visto como “um jogo”.
Por
que ocorre isto?
Primeiro
que no Brasil ainda impera o amadorismo e as paixões cegas por parte de
dirigentes, mídia e comunidade nacional, que muitas vezes colocam os interesses
do coração na frente da razão e do progresso do futebol.
Segundo
é que existe uma confusão motivada por interesses no sentido de definis se o
futebol (clube) é privado ou público. Exemplo: para fazer um estádio, os times
foram considerados como privados, por isto “é um absurdo o Estado fazer estádio
com recurso público”.
2º
caso, se o clube é particular então ele permite a entrada ou a utilização de
sua imagem de acordo com o seu interesse. Funciona como a casa da gente. No
entanto, quando os clubes querem exercer seus direitos, a justiça do Trabalho
cita que eles são obrigados a atender radialista, a não cobrar por transmissões
radiofônicas por que se trata de uma exibição pública dentro de um espaço
público! (contradição)... resumindo o status de um clube se reverte ao
interesse de um grupo e por efeito da falta de informação do que é o futebol de
fato.
Os
problemas negativos:
Tem
clube que acha que por ter tido um passado glorioso, acha que tem privilégios,
no entanto, o que já esta ocorrendo é que os mesmos não acompanharam as
evoluções do universo do esporte, e por
efeito tenta impor sua “tradição”, ao invés de pagar suas dividas, reformular
sua estrutura burocrática e física. Mudar a forma de se relacionar com o
público. Ganhar no tapetão ou na “malandragem” o que deveria ser feito no campo,...
No entanto, estes mesmos clubes recebem todo apoio de uma mídia que hipocritamente
cobra a moralidade e o progresso do futebol, mas que nas atitudes praticas
fomentam o “velho futebol”. Tudo porque os integrantes da mídia carecem de
profissionalismo, já que em seus comentários, manipulam situações de campo e
extracampo para favorecer o seu clube do coração, infelizmente. Um exemplo: se
a legislação brasileira fosse séria, os clubes do Rio de Janeiro se quer
poderiam disputarem torneios oficiais. Pois, isto se deve a sua exorbitante
divida que possuem com o INSS e dívidas trabalhistas. Ou seja, são estas coisas
que tornam o futebol repudiado por alguns.
Quanto
a violência, o que ocorre é generalização. Ou seja, existem torcedores e existem
vândalos e bandidos de fato que se aproveitam do enorme número de pessoas aglomeradas
para cometerem crime. O problema não é torcida organizada, mas sim a contradição
da lei e ação da mesma. Exemplo: se eu ameaçar alguém com um pedaço de pau na
rua, eu vou preso por tentativa de homicídio, em contra partida se eu brigar em
um estádio e bater com um pedaço de ferro em alguém e vou preso por briga entre
torcida. Observe a contradição!
O
futebol é uma atividade séria e lucrativa, mas que não recebe a seriedade para
ser reconhecida como tal, como ocorre na Europa. Por isto é com grande pesar
observar que a sociedade brasileira não consegue extrair de forma mais notórias
e eficientes os bonus do futebol.
Infelizmente
existe a filosofia de que tudo que é envolvido ao futebol recebe um olhar de “deixe
quieto”. Ah! É só briga de torcida!; “O time “X” tá devendo setecentos milhões de
INSS, a deixe quieto, não é empresa...”; “O time tradicional caiu e agora?
Vamos arranjar um time “pequeno” para fazer esquema e salvar o “grande”; entre
outros exemplos. É por isto que as pessoas não levam a sério o futebol.
Quanto
a informação do futebol ela é filtrada da seguinte forma:
Existe
o torcedor de campo; o torcedor de televisão; de rádio; de jornal; de noticiário
e por fim aqueles que só captam o que esta na mídia. Ou seja, o futebol é
acompanhado mas é tratado sem aprofundamento quanto a informação. Ou seja, tem
muito aposentado que bateu palma e apoiou o governo quando ocorreu a ideia de
perdoar as dividas dos clubes com o INSS, simplesmente porque iria ajudar o seu
clube do coração, ou seja, foram poucos que pararam para analisar tal ação. Por
que? Porque tava relacionado com o futebol.
Se
você quiser defender uma tese ou dissertação sobre alienação, pegue o futebol.
Pois, poucos enxergam por ser futebol, que quando é passado um jogo de um clube
contra outro que não tem nada haver com a localidade onde mora, esta ocorrendo um
norteamento para atender um interesse comercial e social de um grupo específico.
Exemplo: eu torço para o Atlético-Pr, porém ao invés de passar jogo do Furacão
na tv ou dos coirmãos paranaenses, passa jogo justamente de times de fora do
Estado do Paraná! Por que?
Uma
questão: se você acha que futebol é só um jogo, gostaria que me explicasse por
que o futebol possui uma relação tão estreita com a política, corrupção,
dinheiro, mídia e população no mundo todo?
O
futebol não é superficial como parece, ele merece uma atenção por motivos econômicos,
sociais e culturais.
O
futebol é fútil de fato?
Este
é o mundo do futebol que poucos enxergam.
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