É
refletindo e agindo que se aprende e ensina, num constante ciclo que nunca
termina, mas faz desaparecer o que concluímos, para dar vazão a uma nova
conclusão, onde o que se descobre, é que tudo já foi descoberto e experimentado,
mas que havia sido esquecido, ocultado ou estava em desuso por algum motivo.
No
que toca estas linhas preliminares, descobri que o meu condicionamento é muito
mais espesso que eu poderia imaginar, pois, quantas foram as vezes que citei de
varias formas e maneiras, que a credibilidade não esta na forma como se
expressa mas sim na sua essência. Porém, demorou muito para que eu percebesse,
que o que eu pregava, não conseguia prover por mim mesmo. Isto acontece,
justamente, porque umas de minhas preocupações, foi desenvolver um pensamento
que fosse recepcionado dentro de uma credibilidade formal, não essencial. Foi
ai que percebi o quanto estou ligado as pessoas, tanto pela Rede, quanto pelo
condicionamento que recebo e recebi indiretamente.
Tentei
corrigir esta imperfeição, mas o problema que já sou um copo cheio, mesmo
tentando não ser. Porque esta é a condição humana, uma condição genética e
social, que deve ser percebida e diminuída seu impacto nas ações mais daninhas
e radicais que produzimos, mesmo sem saber ou pensar que estamos fazendo algo
“benévolo”.
Este
fato lembra bem uma das Leis da Física, que cita que dois objetos não podem
ocupar um mesmo lugar ao mesmo tempo, pelo menos isto é notório até o presente
momento da evolução cientifica humana, no entanto, o pensamento não é matéria,
mas se comporta dentro da mesma perspectiva, ou um novo pensamento substitui o
velho, ou um contamina o outro. Porém eles sempre vão estar lá, presente no
homem.
Neste
contexto, não existe forma de se encher um recipiente já cheio. Assim é o
homem, cheio de condicionamento, pré-conceitos formados, respostas superficiais
e pensamentos manipulados.
Um
recipiente cheio de líquido pode ser contaminado, porém, a contaminação não
corrompe o liquido em sua totalidade. Assim, também é o pensamento humano. Eis,
que ele pode ser direcionado, manipulado e despertado. Pois, o pensamento
original que se esconde no homem, não se corrompe totalmente, assim como o
artificial que invadiu o ser.
No
entanto, o que foi derramado não se junta nas mesmas proporções jamais. Porém,
como este líquido foi derramado, intencionalmente ou involuntariamente?
O
líquido derramado, é sinônimo de recipiente vazio. Um recipiente com um grande
potencial de ser preenchido. Mas por quem e pelo que? E será que o recipiente
ficou vazio mesmo?
Não
raro, é depararmos com situações em que pessoas bem instruídas, largam tudo na
vida, para seguir uma seita, ideologia, sonho,..., como também, é notório nos
presentes dias, seres humanos que se aproveitam disso.
Por
que tanta loucura?
Loucura,
nosso condicionamento assim interpreta isto. Mas poucos interpretam, a coragem
de romper com o convencional e se arriscar ao alternativo. Vemos, o nosso
temor, refletido em nosso próprio pensamento e a partir disso, percebemos que
não conseguimos reunir forças para o enfrentar, sem apoio ou incentivo externo
de um contexto voluntário, involuntário ou acidental.
Independente
desta decisão, observamos muitos recipientes serem esvaziado, para serem
preenchido, mas pelo que?
É
este o problema, somos copos cheios, tentados a se esvaziar, por um propósito.
Porém, se estamos meio cheio, nenhum interesses recebe livre acesso, sem ser
interpelado. O novo se contamina com o velho. Pois, se parte de alguma coisa,
carregando uma base praticamente imutável.
Nada
se contempla de portas abertas. Como nenhuma nova caminhada se faz com os olhos
fechados. Porém, quem esta manipulado, acha que esta com os olhos abertos, como
acha que suas decisões são fruto de sua independência racional.
O
Librorum Prohibitorum, é proibido por isto, não aceita mente vazia, tão pouco,
busca esvaziar mentes, mas, sim, busca fazer o ser aproveitar tudo que
aprendeu, para que este tire proveito do inter-relacionamento de seus
conhecimentos de forma a proteger uma harmonia consciente, contemplativa e não
viciada em dogmas e ideologias.
O
proibido é o mergulho de corpo e alma, no que não entende e domina; o proibido
é defender a harmonia, mas obrigar através de ideologias outros a praticarem; o
proibido é exterminar a anomalia, sem ter exterminado a fonte geradora; o
proibido é nadar nas profundezas, mas se afogar nas superficialidades. O
proibido é adquirir consciência sabia e continuar imperfeito e praticando
imperfeição.
Mas
o que é proibido atualmente é romper o proibido. Ou seja, involuntariamente ou
não, quem deslumbrou estas escrituras, foi preenchido, pelo que era proibido
para afrontar o protegido de proibições e saborear sua essência.
O
ultimo propileus, é a sua saída e eterna entrada, para um universo, que te
acompanhará por onde você for e estiver. Mas você foi avisado disso. Entrou de
curioso, porém, não seja curioso de enfrentar as profundezas com ações
superficiais, simplesmente para satisfazer seus desejos. Pois, isto já se
contradiz com tudo que se tentou explicar até aqui. Mas será que houve um
entendimento de alguma coisa, no contexto desta grande escritura?
Não
busque metáforas na realidade, mas busque a realidade nas metáforas. Este é o
seu propileus, um portal que não é mais aberto ou fechado pela realidade, mas
que esta dentro de você, e onde só você o protege, independente dos outros, mas
vinculado a eles, numa lógica, que ao se contemplar, se contempla bem mais do
que se esconde, em um contexto do que sempre se procurou.
O
último propileus, é você, é o seu lado humano racional, e seu lado leão,
natural. Dois lados, diversas alternativas em cada lado, como também a negação
deles, que só você vai descobrir onde irá chegar. Mas, é o preço, que todos
pagam, por descobrir, o que não faz sentido, mas que controla o ciclo. Um
ciclo, que se busca quebrar, para algo novo criar e aprender com tudo que se
gerou de consequência por este fato.
É
o seu caminho e seu mundo agora. A partir deste momento, estará apenas na
companhia de suas reflexões, observações e do livre arbítrio de seguir uma
conduta que fundamente o que superficialmente concluiu. Pois, quanto mais se
descobre, mais superficial fica nossa reflexão, no entanto, os atos
inconscequentes realizados por um ser que chega neste estagio de sabedoria,
terão sempre um efeito de cobrança e culpa maiores e mais significativos, no
que tange, se eles tivessem ocorridos, ainda no período da ignorância.
O
que fará com estes conhecimentos?
Agir
da forma como já foi alertado?
Fechar
este livro não adiantará mais. Porque ele já esta dentro de você. Mesmo mal
interpretado, porém, uma duvida sempre lhe perseguirá, independente se ligado
ou não as escrituras: será que interpretei direito o que foi expressado,
observado, experimentado e vivido?
Parece
estranho, mas não deveria ser. Mas quando se alcança um estágio menos ignorante
(“superior”), fica notória nossa ignorância. Descobrimos, que tudo que sabemos,
é pouco para responder tudo que nos interessa, para viver e entender o bem
comum. Isto ocorre, porque buscamos sempre no complexo, justificativas para
ações comuns.
Descobre-se
que a noção que se tem das coisas é tão superficial, que até nos deixa
decepcionado quando lembramos que somo seres racionais. Mas isto é apenas uma
das maravilhosas noções, que nos incentiva a evoluir. Mesmo, não sabendo para
que evoluímos. Principalmente se
racionalizarmos que iremos morrer um dia.
O
que sabemos e onde o ser humano consegue chegar com suas respostas e
indagações, parece ser apenas o básico do que é essencial. Mas porque
racionalizar além deste ponto, se isto já é o suficiente para poder sobreviver
bem?
Porque
é no essencial, que possivelmente, o homem aprenderá a utilizar sua real e
eficiente racionalidade. E a partir disto, para de se comportar como anomalia,
e se tornar um construtor do futuro, sem ser um conspirador involuntário.
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